Exclusão digital: Em SP, no bairro de Marsilac, a internet não é melhor do que na Amazônia

O único lugar do bairro onde o celular pega é no campinho de futebol e para se conectar a Internet esses paulistanos ainda usam linha discada

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O modelo de negócio das teles é o do lucro fácil com exclusão digital. A frase parece apenas um mantra daqueles que contestam o modelo atual defendido com unhas e dentes pelas teles e seu fiel escudeiro, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Mas é muito mais do um mantra. É realidade de fácil comprovação. A 53 quilômetros da Praça da Sé, no bairro de Engenheiro Marsilac, a situação não é melhor do que no Brasil profundo. O Extremos SP, site criado como projeto de TCC na Faculdade Cásper Líbero pelas estudantes Anna Beatriz Pouza dos Anjos e Giulia Afiune, apresenta sem retoques como é a vida quase desconectada desses moradores da capital paulista. Os paulistanos de Marsilac ainda usam internet discada, precisam se deslocar para o único lugar do bairro onde o telefone pega com alguma qualidade, que é o campinho de futebol, ou tem de falar pelo viva voz sem mexer no aparelho para que a ligação não caia. O vídeo é demolidor do discurso das teles. E deixa claro porque a participação do Estado no setor é imprescindível. Ou ele entra ou milhões de pessoas vão continuar excluídas da sociedade da informação. O Extremos SP ainda tem outras matérias bem interessantes da periferia paulistana. Além de Marsilac (região Sul), há matérias sobre a Brasilândia (Norte), Cidade Tiradentes (Leste) e Raposo Tavares (Oeste). Vale muito a pena assistir esse vídeo, mas também vale muito conhecer o site.