Movimento do Podemos pode levar Espanha a ter um governo mais à esquerda

Pablo Iglesias anunciou que aceita ser vice presidente num governo liderado pelo PSOE e que conte ainda com a participação do Isquierda Unida

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iglesiasUma iniciativa surpreendente de Pablo Iglesias, o líder do Podemos, partido de esquerda formado a partir dos protestos que balançaram a Espanha em 2011, pode mudar completamente o cenário político do país. Hoje, Iglesias anunciou que aceita ser vice presidente do país num governo liderado pelo PSOE, de Pedro Sánches, e que conte ainda com a participação do  Isquierda Unida, de Alberto Garzón. Na eleição disputada em dezembro do ano passado, o atual prêmie, Mariano Rajoy, líder do PP, partido de centro-direita, foi o mais votado. Ele teve aproximadamente 28% dos votos, contra 22% do candidato do PSOE e 21% de Iglesias. Com isso, Rajoy não conseguiu ter maioria no Congresso para formar seu gabinete. Rajoy contava com o radicalismo do Podemos para que no impasse conseguisse atrair o PSOE para um governo de coalizão junto com o Ciudadanos, um partido mais de centro que também disputou sua primeira eleição presidencial e teve em torno de 10% dos votos. A oferta de Iglésias agora muda completamente a correlação de forças e terá de levar o PSOE a dar uma resposta pública se aceita fazer um governo menos conservador. O PSOE era governo com Zapatero quando aconteceram os protestos de 2011 que levaram à criação do Podemos. Pablo Iglesias defendeu que a negociação por este novo governo seja pública, feita diante dos meios de comunicação do país. “Precisamos ter um diálogo cordial diante de milhões de eleitores e expectadores colocando em cima da mesa o que se deve fazer com este país”, afirmou. Recentemente, em Portugal, a centro-direita também foi a vencedora da eleição e não conseguiu formar o gabinete, permitindo que o socialista Antonio Costa conseguisse formar uma coalizão que o levou à presidência. Se a oferta do Podemos vier a ser aceita pelo PSOE, a Europa começa a fazer um movimento diferente da América Latina, onde a esquerda tem perdido força.