O PMDB à espreita...

Nem sempre nossas ações produzem aquilo que desejamos, principalmente quando  envolvem grandes decisões e construções complexas. E as manifestações deste último domingo caminham para oferecer muito poder, pasmem, ao PMDB. O grande vitorioso das ruas até o momento é o partido de Renan, Sarney, Eduardo Cunha, Temer e quetais. Na conversa de ontem à noite, este foi certamente o prato principal degustado por Lula, Dilma e alguns dos ministros palacianos. O silêncio de Temer e as ameaças de Cunha e Renan foram sinais mais do que claros de que o partido mais pragmático do Brasil já percebeu que é o fiel da balança no atual jogo político. E que não precisa mais ficar no condomínio montado por Lula em 2005 pra continuar a ter poder. Se o PMDB se juntar às ruas e abandonar o barco governista neste momento, deixará Dilma, Lula e o PT numa sinuca de bico. Seria possível reagir apenas levando o governo à esquerda e apostando no confronto, mas não seria nada fácil enfrentar Congresso, mídia, problemas na economia, gente na rua e um vive-presidente com vontade de assumir o cargo principal. Temer tem tentado se comportar até o momento como um estadista. Pouco fala, pouco aparece e ao mesmo tempo que não cria grandes problemas públicos para a presidenta, se preserva como solução para uma composição na crise. Já há no PSDB quem defenda a construção desse caminho, compor com Temer se por acaso Dilma não conseguir reagir e as ruas ganharem força. As declarações de Eduardo Cunha de que é contra o impeachment, não devem ser lidas pelo que dizem, mas pelo que apontam para o futuro. Ele preserva a chapa presidencial e aguarda um fato novo que envolva apenas a presidenta. A solução imediata para resolver este problema é dar mais poder ao PMDB antes que o barco afunde. Mas isso pode vir a ser a pedra pesada que vai levar o barco a afundar mais rápido. A situação não está para suco, como disse uma blogueira dia desses, As rodas de uísque das articulações políticas devem estar animadíssimas em Brasília. E os peemedebistas nunca devem ter se divertido tanto.