Pelo fim do bundamolismo; enfrentar os fascistas nas ruas já

Essa manifestação marcada para o dia 15 de março não pode acontecer em situação normal e ser naturalizada. É preciso impedir nas ruas com os nossos corpos e ao mesmo tempo buscar impedir pela lei que as pessoas saiam com bandeiras do Brasil pedindo o fim das instituições

Ditadura de Bolsonaro deve ser enfrentada nas ruas (Montagem)
Escrito en OPINIÃO el

O ministro general mandou o Congresso se foder e não fizeram nada.

Com base nisso centenas de memes atacando políticos e instituições explodiram nas redes convocando atos no dia 15 de março. Continuaram quietos, como se nada tivesse acontecido.

Aí veio o presidente e convocou o tal ato pedindo o AI-5, ou seja, o fechamento do Congresso e do STF com cassação de parlamentares e ministros. E os presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo continuaram calados por toda uma noite.

O que fazer numa situação dessas? Qual deve ser a reação dos democratas em geral e dos progressistas em especial? Ficar assistindo a caravana passar? Marcar uma manifestação no outro dia para que não haja confronto? Ou ir na mesma data e local pra cima dos fascistas como fizeram os estadunidenses contra os supremacistas em Charlottesville em 2017? Ou como tem feito alemães contra neofascistas?

Essa manifestação marcada para o dia 15 de março não pode acontecer em situação normal e ser naturalizada. É preciso impedir nas ruas com os nossos corpos e ao mesmo tempo buscar impedir pela lei que as pessoas saiam com bandeiras do Brasil pedindo o fim das instituições.

Se esse movimento for naturalizado como algo do jogo, estaremos sendo os covardes que entregaram o país para um bando de malucos sem nenhuma resistência.

De alguma maneira já estamos sendo um pouco isso. Desde o impeachment de Dilma Rousseff que a democracia vem sendo ultrajada e aviltada. Naquele momento com o apoio de muitos que hoje estão assustados.

Mas, agora não é só ao Executivo o ataque. É ao conjunto de instituições que garantem a institucionalidade da democracias liberais. Com elas já é muito difícil. Sem elas, não haverá amanhã.

Serão apenas as trevas dos canhões e as botinas de couro a nos guiar para um passado nada longínquo.

Não haverá liberdade de imprensa pra aqueles que defendiam o direito de chamar uma deputada de puta ou pedir o fim do Congresso e nem para os que achavam isso crime.

Não haverá liberdade de culto para aqueles que ousarem criticar o ditador e nem para o humorista que buscar fazer o mesmo. Não haverá também mais manifestações nem a favor e nem contra. E muita gente será presa. Muita gente cairá pelo caminho.

Esperaremos isso se consagrar ou vamos gritar truco e ganhar as ruas pra no mínimo criar um clima de instabilidade política menos conveniente?

Porque a atual instabilidade é boa. Bolsonaro, Moro e suas tropas a conduzem a partir dos seus interesses. A proveniente de um grande conflito que ele não tem controle não será tranquila.

Que do limão saia uma caipirinha. E do rabo desta porca do fascimo a gente faça uma feijoada. Não é mais Carnaval. Mas ainda é tempo de comer o bispo Sardinha. Sempre é tempo.