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DOIS PRESOS, DUAS MEDIDAS.
moro, aquele que terá o mesmo destino de barbosa, o esperneio pelo twitter e o ostracismo na figuração da grande mídia - mandou prender zé dirceu.
na madruga.
mas antes, avisou pros colegas da globo e da folha. no ato da prisão estavam todos lá, fotografando, filmando e comentando ventríloquamente.
dirceu estava algemado, mãos para trás.
a seu lado, o japonês que hoje usa uma tornozeleira eletrônica (herói da grande mídia), algumas viaturas e grande número de agentes federais.
todos ostentando roupas pretas, coletes à prova de balas e empunhando armamento pesado.
na prisão de bumlai tinha até agente usando touca ninja.
constrangimento, humilhação... espetáculo.
na condução coercitiva de lula da silva - atentai bem, não é prisão - os agentes usavam roupas camufladas, fecharam ruas, atuaram pras tvs, posaram pra fotos.
agora, veja cunha. o preso vip.
ele caminha lépido ao lado dos homens da lei como um ser humano honesto. quase sorri.
ao lado dele, nada de japonês ou toucas ninja.
cadê os armamentos pesados, quêde caras amarradas?
ao invés de roupas e pinturas de guerra, moro mandou buscar cunha - uma da tarde e não seis da matina - um hipster de jeans surrado e um cabra de macacão verde, parecendo um amistoso frentista de posto de gasolina.
eram três camaradas ali caminhando rumo a um jatinho, tudo como sempre foi na vida de cunha.
notem que o frentista parece sorri.
e tem mais, filhos do homem. moro, o juiz que arbitra arbitrariamente, assinou um despacho ordenando que não se algemasse cunha e nem se permitisse filmar ou fotografar o escroque.
por que diabos moro fez isso?
ora, cunha é perigoso, o homem comprou o parlamento, derrubou uma presidenta, ameaçava possíveis delatores, tinha bala na agulha.
moro bloqueou 220 milhões de lascas nas contas do delinquente.
no entanto, ele tá ali, com os cabelos penteados, banho tomado, perfumão importado; dando um rolê.
moro parece constrangido em prender o cunha.
moro é um prisioneiro.
está encarcerado na sua obsessão por destruir o PT e lula da silva.
almejando alçar-se a voos altíssimos, moro sequer se envergonha de suas discrepâncias.
quem quer o poder nem sempre tem o pudor.
palavra da salvação.