A fala de Franklin Martins no lançamento da TVT: a Folha inventa, mas não noticia

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Eu estive no lançamento da TVT, e fiz inúmeras fotos e gravei dois videozinhos, todos os discursos do lançamento da TV dos Trabalhadores foram transmitidos ao vivo.

A TVT tem apenas 1H30 de programação e dois dias de vida no ar, mesmo assim já assusta as grandes corporações de mídia.

CBN fez um programa de má-fé recuperando novamente o #mimimi da censura, explico: censura para quatro grandes grupos que domina a comunicação no Brasil, significa você não pensar como eles, não acreditar que eles são os donos da verdade e achar que é possível uma outra forma de fazer jornalismo no Brasil.

Estou na correria, infelizmente eu sou a repórter, fotógrafa, jornalista e editora deste pequeníssimo blog e tenho de ganhar a vida, já que este pequeníssimo blog não recebe as verbas polpudas que a Folha, a Veja e outras publicações impressas recebem, assim como as concessões públicas de rádio e tv recebem em publicidade dos governos federais, estaduais e municipais, da iniciativa privada, além os empréstimos pelo BNDES como este aqui.

Assim, vocês vão ter de aguardar o meu relato e imagens, mas trago a transcrição da fala do Franklin Martins e a notícia dada pela Folha, assim como o programa movido pelo medo da CBN quando se fala de democratização da comunicação no Brasil. Vocês terão idéia de o porquê é tão necessária uma tevê dos trabalhadores, assim como uma blogosfera livre e forte.

De tvt segunda

Lula abraça o ex-ferramenteiro Elizeu Marques da Silva, o cinegrafista responsável pela memória da luta dos metalúrgicos do ABC que foi homenageado durante o lançamento da TVT. Foto: Conceição Oliveira.

A Folha ouviu outro discurso do ministro Franklin Martins, no blog Planalto

A reportagem “Ao lado do presidente, Franklin critica a mídia”, publicada nesta terça-feira pelo jornal Folha de S. Paulo, deformou o que o ministro-chefe da Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins, disse ontem na cerimônia de estréia do canal TVT, a TV dos Trabalhadores.

Segundo o jornal, “Franklin disse que o canal [TVT] ajudará a internet a quebrar o poder dos ‘aquários’, jargão que identifica a chefia dos grandes veículos nacionais”. O ministro disse algo bem diferente.

[Na Era do Aquário] Você tem um núcleo ativo de produção de informação e uma massa passiva de consumidores de informação: o Olimpo e, lá embaixo, o resto. Essa Era do Aquário está acabando, felizmente. E nós estamos entrando no jornalismo da Era da Rede, onde, graças à internet, graças à digitalização, o aquário não fica mais tão isolado. Sai uma notícia e essa notícia pode ser discutida, debatida, verificada, consolidada. Pode também ser negada. Ou seja, não temos mais um centro ativo produtor de informações e uma massa passiva de consumidores de informação. Nós temos hoje em dia os consumidores de informação também sendo ativos, também sendo produtores de informação. Isso eu chamo uma revolução, nós estamos só começando, incomoda muito, incomoda muita gente que estava acostumada a ficar no Olimpo, mas isso é inevitável, está acontecendo no mundo todo, está acontecendo no Brasil e isso é muito bom. É muito bom para nós jornalistas que podemos fazer um jornalismo melhor. Mas é muito bom para a população que pode ter acesso a um jornalismo melhor e pode contribuir com um jornalismo melhor.

O ministro foi além. Disse que o desafio de se inventar e achar seu espaço nessa nova era da comunicação vale inclusive para a TVT:

Eu acho que a TVT tem o desafio de estar nascendo nesse momento de transformação e de transição. Isso quer dizer que ela tem que olhar para a frente. Não achar também que são os dirigentes sindicais, os dirigentes que sabem tudo. Também não. É se abrir para a rede, se abrir para o que vem de fora, se abrir para o novo, porque é possível fazer melhor do que se faz. Eu acho que esse é o grande desafio de vocês.

Mas a Folha preferiu inventar o que o ministro não disse a noticiar o que ele disse. Na nova era do jornalismo, em que a informação incorreta se desnuda quase instantaneamente, espera-se que os veículos admitam seus erros e retifiquem-se, para não ver sua credibilidade afetada.