Estou literalmente do outro lado do oceano. Se estivesse em São Paulo estaria cobrindo a greve dos professores. É assustador que depois da repressão da greve na USP, da repressão ao movimento passe livre, do cassete e gás de pimenta sobre os moradores dos bairros alagados (no qual esta que vos escreve quase teve um fechamento de glote) Serra agora trate à porrada e spray de pimenta os professores já tão vilipendiados. Resistam professores, a truculência da polícia de Serra é a demonstração de desespero.
Por aqui, muito trabalho. Ontem pela manhã estava fazendo a produção do Nova África e graças à ajuda de um querido e recém amigo conseguimos entrevistar um ícone da música caboverdiana.
[caption id="attachment_2049" align="aligncenter" width="480" caption="De um lado o Tejo e do outro o gigante Adamastor que fica minúsculo perto do gigante Bana. Foto: Erica Teodoro."]
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Você pode nunca ter ouvido falar em Bana, mas não há um caboverdiano sequer que não o conhece e todo o grande músico no mundo já se emocionou ao ouvi-lo cantar mornas, muitas delas composta por B. Léza, um dos poetas mais populares de Cabo Verde.
Bana, 78 anos, é o apelido desde bebê de Adriano Gonçalves que saiu menino de Mindelo, na Ilha de São Vicente, arquipélago de Cabo Verde para Dakar e depois seguiu para Roterdan e, finalmente, para Lisboa onde vive. Seu primeiro conjunto chamava-se Voz de Cabo Verde.
Você vai se emocionar tanto quanto eu me emocionei hoje ao encontrar este gigante. Aguarde o programa especial sobre música em Cabo Verde no Nova África e verá que não exagero.
PS. Como notaram o blog diminui muito a frequência de postagem, pois além da correria muito grande na produção e gravação, nem sempre temos acesso à rede.
Ontem logo após as gravações com Bana, partimos de Lisboa para Cabo Verde.
Aqui são 1:30 da matina e amanhã começa tudo de novo. Por isso, caro leitores, tenham um pouquinho de paciência, vou tentar, quando a rede ajudar, subir algumas imagens no flickr.