Justiça Federal abre processo contra Mayara Petruso

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A notícia é um alento diante de tanta impunidade que vemos na disseminação da cultura de ódio crescente desde a campanha eleitoral para a Presidência. Mas eu só acreditarei em punição no o dia em que ver um racista, acusado, julgado e condenado por crime de racismo ir para a cadeia, já que racismo é crime inafiançável.

Crime por preconceito regional, pela procedência nacional? Não sei, se diante de tantos episódios de racismo explícitos que vemos denunciados cotidianamente ficarem impunes, fica bem mais difícil de acreditar que haverá uma punição para Mayra e todos que seguiram sua onda de ódio aos nordestinos nas redes sociais.  Acompanhemos.

Consulte também a reportagem do G1 sobre o mesmo tema.

Justiça Federal processa estudante por tuitar contra nordestinos

da Redação do Terra Magazine 02/06/2011

A Justiça Federal de São Paulo divulgou, nesta quinta-feira (2), que abriu processo, em 4 de maio, contra a estudante de Direito Mayara Penteado Petruso pelo crime de racismo. A denúncia havia sido oferecida na véspera pelo Ministério Público Federal. Logo após o anúncio da vitória eleitoral de Dilma Rousseff (PT), em 31 de outubro de 2010, Mayara publicou no Twitter "mensagem de incitação à discriminação ou ao preconceito de procedência nacional". Em depoimento ao MPF, ela admitiu que escreveu os comentários na rede social.

- Nordestino não é gente, faça um favor a SP, mate um nordestino afogado! - tuitou.

O crime de racismo prevê pena de 1 a 3 anos de prisão e multa, porém, se cometido mediante uso de meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza, como no caso da estudante paulista, a pena prevista é de 2 a 5 anos de prisão e multa.

Até o poder judiciário receber a denúncia, o caso tramitou em segredo para preservar o conteúdo das quebras de sigilo telemáticas que averiguavam as operações de Mayara no perfil de Twitter denunciado. Várias pessoas e entidades haviam reportado ao MPF textos racistas na ocasião.

Reação também racista

O MPF também considerou racista um tuíte atribuído a Natália Campello: "o sudeste é um lixo, façam um favor ao Nordeste, mate um paulista de bala :) VÃO SE FODER PAULISTAS FILHOS DA PUTA".

Foi autorizada a quebra de sigilo solicitada pela Justiça Federal de São Paulo, mas não houve identificação total da autora das mensagens, que postou da capital pernambucana.

A Justiça Federal deferiu pedido do MPF para envio de cópias das investigações à Justiça Federal do Recife com o objetivo de prosseguir as ações.

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