Morte de Auditor Fiscal merece investigação, a nota do SindiFiscoNacional

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Semana passada chamei a atenção para esta matéria aqui: Auditores corruptos da Delegacia da Receita em Osasco vendem 150 fiscalizações. Receita estima em R$ 3 bilhões o montante sonegado pelos empresários

Todos os comentários no post e nas redes sociais fizeram a mesma questão: quem eram os auditores presos? Vale a pena olhar a problematização dos comentários no post sobre como a mídia institucional lida de modo diferente quando o criminoso (ou suspeito) é pobre/preto. Um leitor que assina Indignado publicou o nome dos auditores presos num dos comentários do post, aqui

Hoje o leitor Rafael me manda o seguinte mail:

Sobre o esquema de corrupção em Osasco, a coisa parece ser ainda mais grave. É o que se constata a partir de uma nota publicada pela Delegacia Sindical do Sindicato dos Auditores-Fiscais da RFB no Rio de Janeiro (tentei postar nos comentários da notícia do blog, mas não consegui)

Reproduzo a nota enviada pelo Rafael:

MORTE DE AFRFB MERECE INVESTIGAÇÃO

Do SindiFiscoNacional

08/08/2011

Nos últimos dias, a categoria vem acompanhando pelo noticiário denúncia acerca da existência de um suposto esquema de corrupção envolvendo a fiscalização na Delegacia da Receita Federal em Osasco.

De positivo, tem-se a participação da corregedoria da Receita Federal da 8º Região Final à frente das investigações, o que por si só sinaliza para a sociedade que a Receita Federal tem capacidade de cortar a própria carne, quando necessário.

O lado negativo é a eventual participação de Auditores-Fiscais nas supostas fraudes apontadas.

Mas há um detalhe trágico ainda não divulgado ou revelado para os filiados do Sindifisco Nacional, senão vejamos:

Na segunda quinzena de junho, a DS/RJ solicitou reunião de emergência com superintendência da Receita Federal, para tratar da morte do AFRFB JORGE LUIZ MIRANDA DA SILVA.

Em meados de junho, após desaparecimento de 30 dias, os familiares do AFRFB José Luiz encontraram seu corpo no Instituto Médico Legal em Nova Iguaçu, pronto para ser enterrado como indigente. Estava morto desde o dia 15/05, em função de um acidente de carro na Dutra. Causou estranheza o fato, visto que conduzia seu próprio carro, portava inclusive documentos funcionais e quase fora enterrado sem identificação.

Também tínhamos notícias de que o mencionado auditor encontrava-se ameaçado de morte, porque havia denunciado suposto esquema de corrupção.

Diante dos fatos, vislumbramos a necessidade de, com o auxílio da SRRF da 7º, acionar a Polícia Federal, visando a acompanhar o caso e requerer igualmente empenho da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro na elucidação da morte do fiscal. Ocorre que notícias vindas de São Paulo nos deram conta da necessidade de se manter o assunto em sigilo, a fim de não atrapalhar as investigações.

Entretanto, na semana passada a imprensa noticiou operação da Polícia Federal e da Corregedoria da Receita Federal do Brasil em São Paulo, onde foram cumpridos diversos mandados de prisão, de busca e apreensão em Osasco referente a suposto mega esquema de corrupção e que um ex-AFRFB foi o responsável da denúncia ao órgão correcional a possibilitar o início das investigações. Conquanto, quem seria o ex-AFRFB autor da denúncia? Justamente JORGE LUIZ MIRANDA DA SILVA, que quando ocupava o cargo de Delegado Adjunto da DRF/OSASCO foi obrigado a transferir sua lotação para a DRF/São José dos Campos, por se sentir ameaçado de morte.

Por tudo isso, a DS/RJ houve por bem encaminhar carta (em anexo) à Superintendência da Receita Federal da 7º RF, solicitando o necessário acompanhamento das investigações, pois a morte do Auditor-Fiscal JORGE LUIZ MIRANDA DA SILVA ocorreu em nossa região fiscal e merece ser devidamente esclarecida, não só em respeito aos seus familiares, mas também na defesa do Estado brasileiro e de seus agentes.

Finalmente, é com pesar que noticiamos a morte do AFRFB JORGE LUIZ MIRANDA DA SILVA.

Diretoria da DS/RJ do Sindifisco Nacional

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