Não deixe o Google ou Facebook lhe mostrarem apenas aquilo que eles pensam que deve ver

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Tenho estimulado mais as pessoas da minha rede a virem para a blogosfera. Nas redes sociais sempre encaminho os links dos meus próprios posts e dos posts interessantes que encontro. Com a ajuda das traduções de Victor Farinelli e do Coletivo Vila Vudu, o blog Maria Frô publica também artigos, originalmente escritos em espanhol e inglês, que não veremos na grande mídia brasileira. Infelizmente, a densidade de muitos desses artigos desperta pouco interesse (são os posts menos vistos/lidos).

Sei que muitas das pessoas da minha rede têm como página-padrão de seus navegadores os portais da grande mídia, muito embora boa parte dos meus leitores sejam críticos ao conteúdo dessa grande mídia. Mas elas continuam consumindo-a,mesmo sendo estimuladas pelos blogueiros pra que visitem bons blogs progressistas (leia-se não necessariamente governistas acriticos, embora esses proliferem também).

Entendo que o tempo de todos é escasso e se o link está ali na sua mão é mais fácil clicar nele. Mas pense na possibilidade de você construir seu próprio caminho de leituras diárias, elegendo endereços, você faz escolhas próprias. Os endereços diretos de alguns blogs, jornais internacionais e portais brasileiros da mídia institucional organizados em feeds, por exemplo, são um caminho de escolhas, podem variar, podem ser diversos.

É importante que você saiba que as grandes empresas como Google, Facebook escolhem o que você vai ler se você não estiver atento ao que argumenta Eli Pariser, ex-programador de computadores, cientista político, ativista e autor de  The Filter Bubble: What The Internet is Hiding From You ( “Filtro-bolha: O que a internet está escondendo de você”).

No vídeo abaixo, Pariser sintetiza os argumentos de seu livro mostrando como os mecanismos de busca do Google, Yahoo, Facebook etc. filtram informações, baseados em nossos hábitos de navegação. E, nessa filtragem, tais filtros vão decidindo a partir de seus cliques o que, segundo eles, é relevante ou não para você. Desse modo, corremos sérios riscos de não termos o contráditório, outros pontos de vista, algo que nos tire de nosso lugar confortável de agir e pensar.

Na escala de relevância do Google ou Facebook o Maria Frô não existe se comparado ao UOL, Estadão, G1, R7.... Mesmo que tenha feito dois posts críticos como estes (aqui e aqui) que mostram que nem em relação ao fato a matéria disse a verdade.

E, então, você vai deixar que o Google, Facebook e outros search engines edite, de forma invisível e algorítimica, aquilo que você lê?

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