Fachin: incoerente ou cínico?, por Cléber Lourenço

O ministro inclusive votou contra a suspeição do ex-juiz Sergio Moro e foi um defensor da Lei da Ficha Limpa, um dos dispositivos usados para a depredação e demolição da política no país

Edson Fachin - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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Nesta quinta-feira (15), o Ministro Fachin disse que a democracia está “em estado de alarme” e fala em “dissolução geral do Estado”. Além de desnecessariamente alarmista ainda se faz de desentendido. É um militante ativo do Partido Lavajatista, que promove justamente essa dissolução.

O ministro inclusive votou contra a suspeição do ex-juiz Sergio Moro e foi um defensor da Lei da Ficha Limpa, um dos dispositivos usados para a depredação e demolição da política no país.

O que me causa estranheza é que não é a primeira vez que ele faz uma declaração deste teor. Em agosto desse ano, Fachin afirmou que o ex-presidente Lula deveria ter sido autorizado a participar das eleições de 2018. Também disse que houve uma escalada do autoritarismo desde o pleito.

O Ministro assistiu o processo de depredação da democracia de camarote e colaborou de maneira direta para o estado que estamos hoje, fruto da construção de um estado policialesco patrocinado pela destruição da política.

Em 2018, a prisão inconstitucional do ex-presidente Lula foi mantida pelo voto do ministro que era relator da ação. Além disso, Fachin defendeu que a dúbia delação do Palocci tivesse validade nos processos contra Lula, foi o único voto favorável.

Inclusive, os discursos e as atitudes estão sintonizados diretamente aos objetivos e posicionamentos do Partido Lavajatista sobre o governo Bolsonaro.

Resta saber o que o ministro busca com essas declarações, apenas acenar para o grupo político instalado no Ministério Público que patrocina e enseja a dissolução geral do Estado?

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