Moro abriu a temporada da censura com Atlético-MG e Cruzeiro

Ao decidir perseguir os punks no Norte do Brasil, Moro deixou outros à vontade para impor suas próprias censuras

Sergio Moro (Reprodução/TV Cultura)
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O caso em que a PM proibiu a entrada de material provocativo no clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro é de culpa única e exclusiva de Sérgio Moro.

Ao decidir perseguir os punks no Norte do Brasil ele deixou outros à vontade para impor suas próprias censuras.

É como diria Pedro Aleixo na véspera do AI-5: "Meu medo é o guarda da esquina".

O avanço da barbárie sobre o país ganha mais um capítulo, afinal de contas, o que a Polícia Militar tem de interesse em uma corriqueira zombaria entre times de futebol?

A ordem de proibir a letra B na partida é tão hedionda quanto o inquérito do ministério da Justiça contra um festival de música de pequeno porte.

Mas nós já sabíamos que isso iria acontecer, né?

Sérgio Moro quer posar de defensor da ordem, mesmo sabendo de seu flagrante papel como agitador da sublevação das PMs junto com seu apadrinhado, o coronel Agnaldo de Oliveira, que é diretor da Força Nacional de Segurança Pública. Não demoraria para que as polícias de outros estados entendessem a senha.

A radicalização das polícias avança, não pelas mãos de Bolsonaro, este é apenas um agitador, mas sim pelas mãos de Moro, que dá o ar de legalidade e civilidade para a barbárie extremista que carrega por onde passa.

Moro faz o arquétipo do autoritário de fala mansa, o cínico convicto que usa e abusa de sua popularidade com a população para tripudiar com o Estado democrático de direito.

Enquanto Moro permanecer em um cargo público, seja ele ministro, juiz, prefeito, deputado ou vereador, não poderemos garantir a Constituição, o devido processo legal, e a democracia brasileira jamais estará em paz.

O ministro provou ser um agressor institucional de primeiríssima linha e eu já escrevi uma tonelada de posts não só apontando isso, como também detalhando e descrevendo a escalada autoritária de Moro no Brasil.

Nem mesmo seu chefe está a salvo.

A verdade é que quem agita e quem empurra o país para uma ruptura institucional não é Bolsonaro, mas, sim, o seu ministro.

Nunca antes na história deste país um ministro teve mais poder de fogo que o próprio presidente. É o rabo balançando o cachorro.

E está só começando. Enquanto Moro estiver em Brasília a liberdade estará em risco.

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum