Paulo Guedes: As promessas, a incompetência e perigo que ninguém comentou

Leia na coluna de Cleber Lourenço: "Nada é tão ruim que Bolsonaro e Guedes não possam piorar"

Paulo Guedes - Foto: Edu Andrade/Ascom/ME
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Vou dar uma pausa em minha cruzada contra o Ministério Público, para falar sobre uma figura quase que folclórica do governo brasileiro, sim, Paulo Guedes.

Paulo Guedes, o homem que já prometeu:

  • Zerar o déficit público no primeiro ano de mandato e transformá-lo em superávit no segundo ano;
  • Prometeu uma ampla venda dos imóveis pertencentes à União que, segundo ele, poderiam render R$ 1,1 trilhão aos cofres públicos;
  • Prometeu a reforma tributária ainda em 2019, estamos fechando 2020 e ele entrou apenas a primeira parte;
  • Sem fundamento algum, disse que poderia acabar com o coronavírus com até R$ 5 bilhões
  • Prometeu imposto digital e horas depois desistiu;
  • Prometei um crescimento em ‘V’ durante a crise do coronavírus;
  • E sob a batuta de Paulo Guedes agora o governo promete que PIB pode crescer 46% até 2031;
  • Além das inúmeras promessas de PIB para este ano e ano que vem.

E por qual motivo ele faz isso? Simples, ele não possui nada para oferecer e tampouco capacidade técnica para desenvolver qualquer trabalho sério em um país de dimensão continental como o Brasil e o maior exemplo disso é mais uma vez a reforma tributária que Paulo Guedes postergou por meses sempre alegando que entregaria na semana que vem.

Mas a incompetência do governo agora nos arrasta para uma situação ainda mais grave: a indústria nacional dá indícios de desabastecimento e agora estamos próximos de uma crise por falta TOTAL de matéria-prima.

Nada é tão ruim que Bolsonaro e Guedes não possam piorar. Um relatório da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) divulgado pela Folha de S.Paulo, alerta para o fato de que 62% das empresas relatam receber de seus fornecedores quantidades abaixo das necessidades. Faltam coisas simples como papelão, alumínio, cobre e celulose.

As indústrias afetadas vão desde a têxtil até a de produtores de eletrodomésticos que já alertam para um agravamento ainda mais severo da situação em 2021.

A crise acelerou ainda mais a desindustrialização e, com isso, o desemprego, que já se tornou uma verdadeira epidemia nacional e poderá atingir ainda mais brasileiros e famílias.

Um levantamento foi feito com 1.855 empresas no país no período de 1 a 14 de outubro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que 68% das empresas estão com dificuldades de comprar matéria-prima para retomar a produção.

A disparada do dólar, resultado do descontrole das políticas econômicas de Paulo Gudes também tornou ainda mais atrativo para produtores de matérias-primas a venda de seus produtos no cenário internacional, preterindo a indústria nacional.

Em uma entrevista para o Deu Ruim Podcast, Laissa Negoseki, dona da loja Brusinhas falou sobre a crise que se agrava no setor têxtil. Já um levantamento do Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas do Ceará (Sindconfecções) aponta para uma elevação dos custos que pode chegar a até 35% no Estado.

A crise também já chega na construção civil, onde obras ficam 20% mais caras e se sofre com o aumento nos preços dos materiais. O setor inclusive teme a retração.

Aos poucos, os entusiastas de Paulo Guedes na Faria Lima descobrem que a região também fica no Brasil.

Resta saber se também cobrarão autocritica de grupos também como FIESP e CNI que apoiaram massivamente Bolsonaro e louvaram Paulo Guedes quando estes já mostravam claros sinais da incapacidade em gerir o país.

Em tempo: as previsões furadas de Paulo Guedes deram origem para o perfiol no Twitter ‘Paulo Guedes Bot’ que possui pérolas como: "376 trilhões em investimento estrangeiro".

Vale conferir.

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum

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