O mistério da quebra do sigilo da filha de Serra

Por Celso Marcondes: "Os jornais desta quarta-feira 1 dão com destaque que os dados fiscais da empresária Verônica Serra, filha de José Serra, também teriam sido violados na Receita Federal. A investigação em curso, sob responsabilidade da Corregedoria da Receita, foi iniciada em junho passado".

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Da Carta Capital O mistério da quebra do sigilo da filha de Serra Por Celso Marcondes Os jornais desta quarta-feira 1 dão com destaque que os dados fiscais da empresária Verônica Serra, filha de José Serra, também teriam sido violados na Receita Federal. A investigação em curso, sob responsabilidade da Corregedoria da Receita, foi iniciada em junho passado, depois que reportagem da Folha de S.Paulo informou que tiveram quebrados seus sigilos fiscais Edurdo Jorge, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Gregório Marin Preciado e Ricardo Sérgio, todos com algum tipo de ligação no passado com o PSDB ou governos do partido. Noticiado com ares de grande escândalo da campanha presidencial, o assunto tem esquentado a discussão entre os dois principais candidatos ao pleito. A coordenação da campanha de José Serra e o próprio candidato tem acusado o comando da campanha petista pelo ocorrido. Afirmam que se trata de um “novo dossiê”, forjado para servir como arma contra o PSDB. Não relutam em acusar também a própria Dilma Rousseff pelo crime. Em julho, as investigações levaram ao afastamento do cargo da funcionária da Receita, lotada no município de Mauá, na Grande São Paulo, Antonia Aparecida dos Santos Neves Silva. Teria sido dela a senha utilizada para acessar os dados das declarações de Imposto de Renda dos enunciados. Através de seu advogado ou de delcarações por escrito, a servidora da Receita afirmou que sua senha era utilizada por vários outros funcionários do órgão e que ela não teria acessado diretamente os dados. A novidade do dia, que envolve a filha de Serra, muda o cenário do crime para o município de Santo André. Teria sido lá, em 30 de setembro do ano passado, que o sigilo fiscal de Verônica foi quebrado. Os jornais divulgam hoje até o nome da funcionária responsavel pelo crime: Lúcia de Fátima Gonçalves Milan. Porém, à Folha de S.Paulo, Lúcia informou que teria sido a própria Verônica quem pediu, através de formulário por escrito, os dados de seu IR e que ela teria o documento para apresentar no momento oportuno. Nebulosa até aqui, a história ganharia mais névoa no transcorrer desta quarta-feira. Sabemos, através do portal G1, que a suposta assinatura da filha de Serra não consta dos cartões de assinatura do Cartório do 16º Tabelião de Notas de São Paulo. O tabelião afirmou que a assinatura é falsa. Ao mesmo tempo, a empresária veio a público para afirmar que não fez o pedido e que a assinatura não é sua. Instado a falar sobre o assunto em evento no dia de hoje, o presidente Lula afirmou que mantém sua confiança na Receita Federal e que acredita na capacidade da Polícia Federal para elucidar o caso. A oposição quer ouvir o ministro Guido Mantega, a cujo ministério se submete a Receita, sobre o assunto. A Receita informou que não está investigando a autenticidade do documento. Outra versão que corre pela imprensa nos últimos dias é que existiria em São Paulo um amplo mercado de venda de dados sigilosos do IR, destinado a interessados em obter informações sobre possíveis clientes ou concorrentes. Um camelô foi preso no bairro da Santa Efigênia vendendo um CD com dados de dezenas de contribuintes. O assunto toma conta do noticiário político do dia e novas informações ainda devem surgir.