Alvo de operação da PF, Salles não entregou o seu celular aos policiais

Após a operação, o ministro do Meio Ambiente desativou o aparelho e trocou de número

Ricardo Salles - Foto: Reprodução/TwitterCréditos: Reprodução/Instagram
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O ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles foi alvo, na semana passada, de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal, porém, não teve o seu celular apreendido. Os policiais chegaram a pedir o aparelho para Salles, que afirmou que estava sem o celular.

A Polícia Federal não encontrou o endereço da residência de Salles em Brasília e, por conta disso, pediu ao ministro que entregasse o aparelho quando chegasse no prédio do ministério, que também era alvo de buscas. A apreensão do celular de Salles foi autorizada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.

De acordo com informações do jornal O Globo, os policiais não conseguiram identificar o endereço de Salles em Brasília, por ele não residir em nenhum local declarado em sistemas e fontes de informação aos quais a Polícia Federal tem acesso.

Após a operação, o ministro Ricardo Salles desativou o seu telefone e substituiu o seu número e o aparelho.

Com informações d'O Globo.

Ricardo Salles é alvo de operação da PF sobre corrupção e facilitação de contrabando

ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) na última quarta-feira (19). Entre os crimes supostamente praticados há a prática de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando.

Sob o nome de Operação Akuanduba, cerca de 160 policiais federais cumprem 35 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e nos estados de São Paulo e Pará. As medidas foram determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O STF também determinou o afastamento preventivo de dez agentes públicos ocupantes de cargos e funções de confiança no Ibama e no Ministério do Meio Ambiente.

Em despacho, Moraes aponta relação de Salles com “grave esquema de facilitação e contrabando de produtos florestais”

Na abertura de seu despacho, Alexandre de Moraes afirma que, “De acordo com a representação da autoridade policial, os depoimentos, os documentos e os dados coligidos sinalizam, em tese, para a existência de grave esquema de facilitação e contrabando de produtos florestais o qual teria o envolvimento de autoridade com prerrogativa de foro nessa Suprema Corte, no caso, o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo de Aquino Salles”.

Em sua decisão, o ministro Alexandre Moraes escreveu que “a movimentação financeira envolvendo Salles foi extremamente atípica”. De acordo com a decisão do Supremo, Salles movimentou R$ 14 milhões entre janeiro de 2012 e junho de 2020, “situação que recomenda, por cautela, a necessidade de maiores aprofundamentos. A representação ainda aponta a possível existência de indícios de participar do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo de Aquino Salles, em razão de comunicações ao Coaf por operações suspeitas realizadas, também nos últimos anos, por intermédio do escritório de advocacia do qual o referido Ministro é sócio”, disse Moraes em seu despacho.