Vice-líder de Bolsonaro pede ajuda à Câmara para estrutura em ato golpista

Lúcio Mosquini (MDB-RO) buscou o Parlamento para montar um acampamento de ruralistas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no 7 de setembro

Bolsonaro e Mosquini - Foto: Reprodução/Facebook
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O deputado federal Lúcio Mosquini (MDB-RO), um dos vice-líderes do governo de Jair Bolsonaro, buscou a estrutura da Câmara para montar um acampamento de ruralistas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A ideia é coagir ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 7 de setembro.

A intenção do bolsonarista foi revelada depois que Sigmar Rodrigues Nunes, assessor de Mosquini, deixou vazar, em um grupo e WhatsApp, o objetivo do deputado, de acordo com reportagem de Guilherme Mazieiro, no The Intercept Brasil.

A mensagem, enviada pelo assessor na segunda-feira (23) a um grupo de servidores da Câmara, revelou que o deputado pretendia instalar uma “tenda no canteiro central da Esplanada no dia 07 de setembro”.

Para isso, Nunes pediu auxílio aos colegas para conseguir uma autorização para montar o acampamento. Ele foi orientado a procurar o governo do Distrito Federal.

Ruralista

Mosquini integra o grupo ruralista. Ele se tornou vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara em setembro de 2020. “São grupos de produtores rurais vinculados ao meu mandato lá em Buritis, em Rondônia. Eles fizeram um pedido para saber onde eles podem acampar, onde podem se instalar. Fiz de forma oficial, solicitei [ao GDF] informações”, disse, em entrevista ao The Intercept.

“Não incentivei de forma nenhuma [os atos], mas é a minha base aliada lá do estado de Rondônia. O camarada pede uma assessoria para o nosso gabinete perguntando onde eles podem se instalar. Com a minha assessoria ou sem a minha assessoria, eles virão a Brasília. Não acho que estou incentivando, não, mas tenho esse compromisso de atendê-los. Quando vou na cidade deles, eles também me recebem, me atendem”, alegou.

Prisão

Mosquini foi preso por dez dias em 2014, durante a Operação Ludus, do Ministério Público Estadual de Rondônia. Suspeito de fraude em licitação de contratos do Departamento de Estradas e Rodagens, que dirigia à época, ele negou irregularidades.