Aos 26 anos, morre pós-doutor que era referência nos estudos do Bolsa Família

Fernando Antônio da Silva nasceu em União dos Palmares, em Alagoas, e sofreu um enfarto; seu corpo foi velado em uma tenda localizada no meio da rua onde morava

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[caption id="attachment_126699" align="aligncenter" width="350"] O alagoano Fernando Antônio da Silva, de apenas 26 anos, que se tornou uma das maiores referências nos estudos do Programa Bolsa Família, morreu vítima de infarto - Foto: Arquivo Pessoal[/caption] O alagoano Fernando Antônio da Silva, de apenas 26 anos, que se tornou uma das maiores referências nos estudos do Programa Bolsa Família, morreu vítima de infarto, na cidade de Sobral, no Ceará, onde realizava um estágio de pós-doutorado na Universidade Estadual Vale do Aracaú (UVA). Segundo reportagem de Odilon Rios, do Portal Repórter Nordeste, ele se sentiu mal e acabou morrendo em uma pousada. Seu corpo chegou a Alagoas no final da manhã desta quarta-feira (7) e seguiu para União dos Palmares, sua cidade natal, onde foi enterrado. Em homenagem, vizinhos interditaram a rua onde ele morava, em União, e montaram uma tenda no meio dela, para o corpo ser velado. A Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) organizou homenagens no local. Fernando fez mestrado e doutorado em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e estava no pós-doutorado pela UVA. Sua trajetória de origem humilde até chegar ao estágio de ser um dos principais destaques da Geografia no Brasil, se transformou em objeto de estudo. Ele buscou entender o funcionamento do programa Bolsa Família na região canavieira de Alagoas. No dia 5 de janeiro deste ano escreveu no Facebook sua preocupação com os cortes federais no Bolsa Família. “Em minha opinião, uma das questões mais sérias em relação ao Bolsa Família é a maneira como as técnicas mais modernas do período vêm sendo usadas para dificultar a transformação desse programa em um direito. No governo golpista de Temer, a instabilidade que isso causa na vida das beneficiárias é muito preocupante”, explicou. Fernando trabalhava com os temas pobreza, cidadania, circuitos da economia urbana, políticas de transferência de renda (especialmente no Bolsa Família), urbanização e globalização e regionalização. Também era especialista nos estudos sobre Milton Santos (1926-2001), brasileiro considerado referência internacional nos estudos de urbanização nos países em desenvolvimento.