O presidente Jair Bolsonaro anunciou na terça-feira (9) o lançamento do programa Adote um Parque, iniciativa para empresas privadas financiarem parques na Amazônia. O primeiro a aderir ao programa foi o Grupo Carrefour, que atualmente tenta melhorar sua imagem no Brasil após a morte violenta de João Alberto, um homem negro, em um de seus supermercados.
Ao justificar a necessidade do programa, Bolsonaro disse que, por motivos financeiros, é difícil cuidar da Amazônia. Com isso, o Carrefour anunciou que deve patrocinar a "Reserva Extrativista do Lago do Cuniã", de 75 mil hectares, no estado de Rondônia.
Poucos dias depois de anunciar a adesão ao programa, o executivo francês Noël Prioux, que comanda a empresa no Brasil, concedeu uma entrevista à revista Veja afirmando que a morte de João Alberto, espancado até a morte em Porto Alegre (RS), foi "inaceitável".
“Foi um fato inaceitável para nós. Estamos aprendendo ainda como lidar com as consequências, mas já tomamos algumas decisões importantes”, disse o presidente do Carrefour no Brasil.
O Greenpeace Brasil chegou a criticar a iniciativa do "Adote um Parque", acusando o governo de transferir para empresas a responsabilidade de financiar parte da proteção ambiental do país.
Em comunicado, o Greenpeace acusou o governo Bolsonaro de promover “uma nova ação midiática para limpar sua imagem” enquanto “continua destruindo os instrumentos que protegem as unidades de conservação, desmantelando o ICMBio, militarizando suas estruturas e impondo significativos cortes orçamentários”.