Após caso de racismo, Carrefour adere a programa de Bolsonaro para patrocinar reserva ambiental

Empresa foi a primeira a declarar que participaria do "Adote um Parque". Medida ocorre poucos meses após assassinato de João Alberto em Porto Alegre

Protesto realizado no Carrefour de Passo D’ Areia, em Porto Alegre na última sexta-feira | Foto: Guilherme Gonçalves/FotosPublicas
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O presidente Jair Bolsonaro anunciou na terça-feira (9) o lançamento do programa Adote um Parque, iniciativa para empresas privadas financiarem parques na Amazônia. O primeiro a aderir ao programa foi o Grupo Carrefour, que atualmente tenta melhorar sua imagem no Brasil após a morte violenta de João Alberto, um homem negro, em um de seus supermercados.

Ao justificar a necessidade do programa, Bolsonaro disse que, por motivos financeiros, é difícil cuidar da Amazônia. Com isso, o Carrefour anunciou que deve patrocinar a "Reserva Extrativista do Lago do Cuniã", de 75 mil hectares, no estado de Rondônia.

Poucos dias depois de anunciar a adesão ao programa, o executivo francês Noël Prioux, que comanda a empresa no Brasil, concedeu uma entrevista à revista Veja afirmando que a morte de João Alberto, espancado até a morte em Porto Alegre (RS), foi "inaceitável".

“Foi um fato inaceitável para nós. Estamos aprendendo ainda como lidar com as consequências, mas já tomamos algumas decisões importantes”, disse o presidente do Carrefour no Brasil.

O Greenpeace Brasil chegou a criticar a iniciativa do "Adote um Parque", acusando o governo de transferir para empresas a responsabilidade de financiar parte da proteção ambiental do país.

Em comunicado, o Greenpeace acusou o governo Bolsonaro de promover “uma nova ação midiática para limpar sua imagem” enquanto “continua destruindo os instrumentos que protegem as unidades de conservação, desmantelando o ICMBio, militarizando suas estruturas e impondo significativos cortes orçamentários”.

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