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O jornalista José Arbex, colunista do site Nocaute e professor de Jornalismo da Pontifícia Universidade de São Paulo, revela como o Grão-Chanceler da PUC quer restringir a democracia interna da universidade. Para o analista, é uma metáfora dos conflitos que acontecem dentro da própria Igreja Católica.
"Vão acabar com as eleição para reitor e para os cargos de chefia intermediários, vão aniquilar a PUC como espaço tradicional de democracia, de pluralismo, de interlocução e de resistência ao autoritarismo o que caracteriza a história da universidade", resume Arbex.
De acordo com o jornalista, é um golpe não apenas contra a PUC mas também contra a democracia no Brasil, dado o lugar simbólico que a PUC ocupa e ocupou no processo de resistência contra a ditadura militar: "ela foi um espaço de articulação dos movimentos sociais, dos partidos democráticos e todos aqueles que resistiam ao regime ditatorial".
"A sociedade brasileira que está enfrentando ataques à democracia de todos os lados, precisa hoje defender a PUC. Essa é uma luta que só a comunidade de dentro da PUC dificilmente vá ganhar, porque ela envolve setores extremamente poderosos dentro da igreja católica, é preciso que a sociedade brasileira entenda que se trata de um problema de toda a sociedade", explica Arbex.
Segundo a Fundação São Paulo, Dom Odilo fez uma proposta para a Universidade negociar. "É sim de um decreto, já que a proposta nos dá dois meses para discutir – imagine, dois meses para discutir todos os estatutos da Universidade com uma transformação na própria natureza da Universidade, com essas dimensões. Dois meses não dá para nada, esse prazo é ridículo. Esse prazo não existe", afirma Arbex.
"E além do mais, além de ser um prazo completamente exíguo, ainda tem o seguinte. Se no final das contas Dom Odilo não concordar com as posições da comunidade e quiser implantar o seu próprio projeto, ele pode implementar o seu projeto sem levar em conta as posições da comunidade", finaliza o professor de Jornalismo da PUC.