Brasileira assassinada após tentativa de estupro pode se tornar santa na Igreja Católica

Papa Francisco vai beatificar Isabel Cristina Mrad Campos, torturada e assassinada a facadas em MG quando tinha 20 anos, em 1982, após resistir a uma tentativa de estupro

Foto: Wikimedia Commons
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O Brasil pode contar, nos próximos anos, com mais um santo na Igreja Católica. Nesta quarta-feira (28), o Papa Francisco baixou o decreto de "martírio" para a brasileira Isabel Cristina Mrad Campos, assassinada em 1982 em Juiz de Fora (MG), quando tinha 20 anos, após resistir a uma tentativa de estupro. Através do decreto de "martírio", Isabel será proclamada beata, último passo antes da santificação.

A brasileira já havia sido declarada em 2001, pelo Vaticano, como "serva de Deus", após um grupo de moradores de Barbacena, cidade natal de Isabel, entrarem com um processo pela sua beatificação. Ao longo de 8 anos a Igreja Católica colheu depoimentos de dezenas de pessoas para atestar a a religiosidade da jovem assassinada de maneira brutal.

Nascida em 1962, Isabel era de família católica e, desde adolescente, membro da Associação de Voluntários da "Conferência de São Vicente", entidade pela qual, segundo testemunhas, desenvolvia um trabalho de ajuda a pessoas com deficiência física e aos mais pobres.

Em 1982, aos 20 anos, mudou-se para Juiz de Fora para fazer um curso pré-vestibular com o objetivo de cursar Medicina na universidade. No mesmo ano, foi atacada por um homem que havia conhecido dias antes e que estava montando um armário em seu apartamento. Ele tentou estuprá-la e, diante da resistência da jovem, ela foi torturada e morta com 15 facadas.

Depois do crime brutal, Isabel foi sepultada na paróquia Nossa Senhora da Piedade, em Barbacena, e seu túmulo se tornou uma espécie de altar onde fiéis fazem pedidos por milagres e agradecem supostas graças alcançadas.

Com o decreto de beatificação, a jovem pode vir a ser santificada. Normalmente, uma pessoa para se tornar beata na Igreja Católica deve ter algum milagre associada a ela, mas isso não é necessário qiando essa pessoa, como Isabel, é reconhecida por "martírio".