Começa julgamento de Sari Corte Real. Mãe de Miguel agradece milhões de assinaturas que pedem responsabilização

“A justiça do nosso país para os ricos é branda, para nós que somos negros, pobres, periféricos, ela é extremamente pesada”, afirmou Mirtes Renata de Souza

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A empregada doméstica Mirtes Renata de Souza, mãe do menino Miguel Otávio, morto em junho deste ano após uma queda do nono andar de um prédio de luxo em Recife, agradeceu em vídeo às mais de três milhões de assinaturas feitas na plataforma Change.org pedindo a responsabilização de Sari Corte Real no caso.

“Às quase 3 milhões de pessoas que assinaram a petição online da Change.org, eu sou eternamente grata, de coração, por estarem comigo nessa luta. Eu não me sinto só, eu sei que tem quase 3 milhões de pessoas junto comigo. Conto com vocês para que continuem assinando e divulgando para que o judiciário veja que não sou só eu que quero justiça por Miguel, mas vocês também querem”, afirma Mirtes no depoimento.

O julgamento de Corte Real, primeira dama do município de Tremembé, começa nesta quinta-feira (3), a partir das 9h da manhã. Ela é acusada de abandono de incapaz com resultado na morte do garoto. Tanto ela quanto quase 20 testemunhas de defesa e de acusação vão prestar depoimento na primeira audiência de instrução para o julgamento, na 1ª Vara dos Crimes Contra Criança e Adolescente da Capital, no Recife.

Um ato pacífico de protesto por justiça a Miguel está previsto para ocorrer em frente ao Centro Integrado da Criança e do Adolescente (CICA), prédio onde está localizada a 1ª Vara.

O abaixo-assinado foi aberto na plataforma Change.org – um dia depois da morte de Miguel – pela estudante Dani Brito, de 22 anos, que mora no Recife. Mirtes tornou-se coautora da petição “com o objetivo de intensificar a pressão nas autoridades para uma conclusão rápida e isenta do caso, com a adoção das medidas criminais, cíveis e trabalhistas cabíveis, bem como para protestar contra os “injustificáveis meses de lentidão””.

“A justiça do nosso país para os ricos é branda, para nós que somos negros, pobres, periféricos, ela é extremamente pesada. Se tem lei nesse país, tem que ser igual para todos. Eu estou nessa luta para que as leis desse país sirvam também para Sari Corte Real”, diz ainda Mirtes no vídeo.

Com informações do Blog de Jamildo