Funcionário terceirizado da Enel é demitido após se recusar a fazer corte de energia em meio à quarentena

Trabalhador alega que não acha justo cortar energia das pessoas por inadimplência em meio à quarentena imposta pelo novo coronavírus; empresa alega que demissão foi por outro motivo, mas não explicitou qual

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Um funcionário terceirizado da Enel no Ceará alega ter sido demitido após se recusar a realizar um corte de energia na última semana. Ele alega que considerou o corte injusto neste momento que muitas pessoas estão sem trabalhar, em quarentena, por conta da pandemia do coronavírus.

"Tenho convicção do que falei, não corto e não irei cortar e não me arrependo. Eu escolhi essa profissão e tô há quase seis anos cumprindo ela porque tenho responsabilidade. Mas nesse momento que nós estamos vivendo não tô de acordo em fazer corte", afirmou Ramiro Roseno Sombra após receber o aviso da empresa terceirizada de que estava demitido.

Segundo o eletricista, ele havia sido demandado para fazer um corte de energia devido à inadimplência e, além dele, outros funcionários foram suspensos ou demitidos por também terem se recusado a fazer outros cortes.

Em nota, a Enel confirmou a demissão, mas informou que os contratos são de responsabilidade da empresa terceirizada, a Sirtec, e disse ainda que o corte a que o funcionário se recusou a fazer era, na verdade, a pedido do próprio cliente, e não por inadimplência.

Já a Sirtec disse que a demissão do eletricista não tem relação com a atitude de não fazer o corte solicitado, mas sim com "infração cometida pelo mesmo na semana anterior", sem informar, contudo, o verdadeiro motivo da demissão.

Confira, abaixo, o vídeo gravado pelo ex-funcionário ao Jornal Caucaia narrando a situação.

*Com informações do G1