Menino Breno morreu por falta de atendimento, diz laudo do IML

O documento constatou também que a demora no atendimento, seja qual for, foi determinante para o óbito de Breno. Haydee se negou a fazer o atendimento porque não é pediatra.

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O documento constatou também que a demora no atendimento, seja qual for, foi determinante para o óbito de Breno. Haydee se negou a fazer o atendimento porque não é pediatra. Da Redação* A médica Haydee Marques da Silva, de 66 anos, que negou socorro ao menino Breno Rodrigues, de 1 ano e 6 meses no último dia 7, poderia ter evitado a morte do bebê. Este foi o resultado do laudo técnico do Instituto Médico Legal (IML), finalizado nesta sexta-feira e divulgado com exclusividade pelo jornal EXTRA. O documento constatou também que a demora no atendimento, seja qual for, foi determinante para o óbito de Breno. Haydee se negou a fazer o atendimento porque não é pediatra. O documento conclui ainda que, devido ao quadro de saúde do pequeno (infeccioso - gastroenterite - e taquicardia), a profissional de saúde tinha que ter feito o atendimento em, no máximo, 10 minutos. Breno morreu uma hora e meia depois esperando outro socorro. O laudo do instituto afirma que o caso era considerado atendimento de urgência e que a médica poderia ter realizado, além de cateter nasal e ventilação com "ambu", outros procedimentos para salvar a vida do pequeno. Essas técnicas usualmente estão disponíveis em hospitais e ambulâncias que prestam socorro e transporte de pacientes. Em depoimento na 16ª DP (Barra da Tijuca), onde o caso está sendo investigado, a médica Haydee alegou que não atendeu o menino por não ser pediatra. Ela, que é anestesista, chegou a ir até o prédio da família, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, mas foi embora sem subir ao apartamento. O motorista da ambulância e a técnica de enfermagem que acompanhavam a médica no veículo alegaram na delegacia que tentaram convencê-la a fazer o atendimento, mas Haydee se negou. A delegada Isabelle Conti, da 16ª DP, ainda não concluiu o inquérito. Ela deverá informar se vai indiciar Haydee pela morte do menino na segunda-feira: - É um caso muito delicado. Preciso ler e reler com calma para tomar uma decisão. Para família da criança, que ainda não se conformou com a morte do pequeno, a médica Haydee tem que ser condenada por não ter atendido Breno. - Ainda não temos uma posição da polícia. Nós fizemos o nosso papel, que foi denunciar o crime. Agora esperamos justiça! - destaca o pai do pequeno, Felipe Duarte. À polícia, a médica Haydee Marques da Silva admitiu que não prestou socorro a Breno porque não atende crianças. A profissional era funcionária da Cuidar Emergências Médicas, que prestava serviços para a Unimed-Rio, e foi demitida um dia depois do ocorrido. Uma das diretoras da empresa Cuidar, responsável pela contratação da médica, afirmou que a profissional foi admitida para fazer todo tipo de atendimento. Um vídeo gravado por uma câmera interna mostra a médica, dentro da ambulância, rasgando um documento, antes de o veículo ir embora do prédio, às 9h13. O corpo do pequeno foi enterrado no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na Zona Norte do Rio. *Com informações do Extra Foto: Arquivo Pessoal