Padre de 81 anos é xingado de "filho da p*" em missa por defender legado de Marielle

O discurso de ódio chegou até na missa do padre Mario França de Miranda, em Ipanema. O religioso foi xingado de "padre filho da p*" por dois homens depois de dizer que, assim como no caso de Jesus ou de Luther King, as ideias de Marielle permanecerão vivas mesmo após a morte

Foto: Curriculo Lattes/Reprodução
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O ódio da direita aos apoiadores do legado de Marielle Franco, vereadora do PSOL que foi executada no Rio de Janeiro na última quarta-feira (14), não poupa nem uma cerimônia religiosa. O padre Mario de França Miranda foi xingado de "padre filho da p*" por dois homens ao final de seu sermão na missa realizada neste domingo (18) em sua paróquia na zona sul do Rio. Os gritos dos homens, que foram retirados da igreja, vieram ao final da homília, em que o religioso usou como exemplo casos como o de Jesus ou de Martin Luther King para exemplificar como a eliminação das pessoas que tentam "melhorar a sociedade" não colocam fim às suas ideias e que, no caso de Marielle Franco, não seria diferente. "Fiz a homilia normal, explicando um pouco o texto, e citei Martin Luther King, dom Oscar Romero e pessoas que estão tentando melhorar a sociedade, como Jesus também tentou melhorar e foi assassinado precocemente. O Evangelho fala que o grão cai na terra e dá frutos. Então, eu falei que frutos são esses. Mostrei que, quando se mata uma pessoa parece que tudo termina, mas não. No caso de Jesus, ele influenciou toda a humanidade. E frutos também são aquelas pessoas que tentam seguir esse exemplo: que têm uma vida difícil, mas com sentido e que causam muita paz por fazer o bem", disse o religioso ao jornal O Globo.