Pesquisa mostra que casos de feminicídio no Brasil registraram alta de 13% em 2019

Dos 518 crimes contra a mulher registrados pelo relatório nos últimos cinco meses, 39% se enquadravam na categoria de feminicídio

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A Rede de Observatórios lançou nesta quinta-feira (21), em Fortaleza, o seu primeiro relatório “Retratos da Violência – Cinco meses de monitoramento, análises e descobertas“, que apontou um alto número de feminicídios nos registros de violências contra mulheres em cinco estados brasileiros analisados - Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. De acordo com o relatório, os casos registraram alta de 13% no ano de 2019 em relação a 2018. Apenas nos úlitmos cinco meses, 518 crimes contra a mulher foram registrados nos cinco estados. Destes, 39% se enquadravam na categoria de feminicídio, que se refere a mortes que são motivadas por questões de gênero: 42% correspondem a tentativas de feminicídios ou agressões físicas e 15% agressões sexuais. Uma das faces desse fenômeno é o assassinato de meninas adolescentes e jovens, principalmente em Fortaleza e Região Metropolitana. A pesquisa também alarma que o número de estupros cresceu 8% de 2017 para 2018, revelando ambientes domésticos vulneráveis, onde cerca de sete entre cada dez vítimas são crianças de menos de 14 anos. "A tortura e, por vezes, a filmagem desses crimes, passaram a ser uma marca das ocorrências. Persistem também os crimes de feminicídio perpetrados por companheiros e ex-companheiros, principalmente com uso de objetos contundentes e armas de fogo. Diversas ocorrências ganharam repercussão midiática, como foi o caso de Stephani Brito, 22, torturada e assassinada no primeiro dia de 2018 pelo ex-namorado. Em face desses crimes, não houve até o momento uma resposta à altura por parte do governo do estado para a questão", destaca o texto. O relatório também afirma que houve um aumento das denúncias de violência contra a mulher nos últimos anos, principalmente com a criação de mais Delegacias Especiais da Mulher (DEAM) e do advento da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006).