PMs que executaram homens em SP são presos. Imagens fortes; veja vídeo

“Respeito aos direitos humanos também é uma responsabilidade da polícia, e nada justifica execuções. É preciso acabar com a violência em todas as suas formas”, afirmou o ouvidor

Foto: Reprodução
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Os dois policiais suspeitos de matar dois jovens que teriam participado de um roubo na região de Santo Amaro, zona sul de São Paulo, na quarta-feira (9), foram presos pela Justiça Militar. A Ouvidoria da Polícia diz que as imagens apontam para "uma possível execução".

Um vídeo que circula nas redes sociais não mostra os suspeitos reagindo à abordagem policial nem os PMs em posição de proteção diante de qualquer tiro ou agressão. A perícia encontrou 27 perfurações de tiros no corpo de um dos jovens e 23 no outro.

https://twitter.com/josecassio/status/1404135468099420167

A Polícia Militar afirmou que as imagens da ação dos militares foram anexadas ao inquérito policial. As investigações são feitas pela Corregedoria da PM e pelo DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), da Polícia Civil.

“A Polícia Militar não compactua com desvios de comportamento e se mantém diligente em relação às denúncias ou indícios de transgressões ou crimes cometidos por seus agentes”, disse a corporação, em nota, afirmando que eles já haviam sido afastados das ruas.

O ouvidor da Polícia, Elizeu Soares, afirmou que tudo precisa ser apurado com rigor, no entanto, ele diz que as imagens divulgadas apontam para “uma possível execução”.

“Respeito aos direitos humanos também é uma responsabilidade da polícia, e nada justifica execuções. É preciso acabar com a violência em todas as suas formas”, enfatizou.

O advogado Ariel de Castro Alves, especialista em direitos humanos e segurança pública pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo e membro do Grupo Tortura Nunca Mais, afirmou que, pelas imagens, os PMs não parecem que estão agindo como se estivessem numa situação de confronto.

“Em nenhum momento eles [policiais] estão se protegendo de disparos. O que podemos ver são eles efetuando disparos quando estavam em posições de ataque e não de defesa, diz Castro.

Com informações do Agora

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