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Thammy Miranda, que foi defendido pelo padre Júlio Lancellotti, apoia CPI contra o sacerdote

Confira outros nomes de vereadores que assinaram pela criação da Comissão contra o religioso e outros grupos que atuam no centro da capital paulista

Thammy Gretchen, que foi defendido pelo padre Júlio Lancellotti, apoia CPI contra o sacerdote.Créditos: Reprodução redes sociais
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O vereador pela cidade de São Paulo, Rubinho Nunes (União Brasil), divulgou em suas redes que conseguiu as 24 assinaturas necessárias para instalar a "CPI das ONGs", que tem como alvo principal o padre Júlio Lancellotti, que atua no centro de São Paulo na distribuição de comida para pessoas em situação de rua.

Por meio de suas redes sociais, Rubinho Nunes, ao anunciar a coleta de assinaturas para a instalação da CPI, classificou o padre Júlio Lancellotti como "servo do petismo".

"O padre Júlio Lancellotti não é um padre. Ele é um servo do petismo. Ele e muitos outros lucram politicamente com o caos instaurado na Cracolândia. A CPI que estou instaurando na Câmara Municipal de SP vai investigar toda essa 'máfia da miséria' que se perpetua no poder através de ONGs esquerdistas", declarou Rubinho Nunes em seu perfil no X.

Thammy Miranda, que foi defendido pelo padre Júlio Lancellotti, apoia a CPI.

Com o anúncio da criação da "CPI das ONGs", que será instalada em fevereiro, quando a Câmara Municipal de São Paulo retoma os trabalhos, internautas iniciaram a identificação dos vereadores que assinaram pela criação da Comissão.

Entre os nomes presentes, um chamou a atenção: o vereador Thammy Miranda (PL), pois, o parlamentar, em 2020, foi defendido pelo padre Júlio Lancellotti. À época, Thammy estampou a campanha de Dia dos Pais da Natura e foi alvo de intenso ataque transfóbico.

"O que ofende a tal moral cristã? O pai trans que cuida de seu filho? Ou o abandono, a fome, o desrespeito, o veto ao auxílio emergencial às mães que criam seus filhos sozinhas?", declarou à época o padre Júlio Lancellotti durante missa realizada na Paróquia São Miguel Arcanjo, em São Paulo.

Outros nomes que assinaram pela criação da "CPI das ONGs":

  • Rute Costa, PSDB
  • Fernando Holiday, PL
  • Isac Félix, PL
  • Sidney Cruz, Solidariedade
  • Bombeiro Major Palumbo, PP
  • Thammy Miranda, PL
  • Waldir Júnior, PSD
  • Xexéu Tripoli, PSDB
  • Sandra Tadeu, União


Thammy diz que foi alvo de fake news de ex-MBL

O vereador de São Paulo Thammy Miranda (PL-SP) está sendo duramente criticado nas redes sociais após assinar o pedido em favor da CPI que tem como foco investigar o Padre Júlio Lancellotti.

Em entrevista ao jornal O Globo, o vereador do partido de Bolsonaro alega que seu colega de casa e ex-MBL, Rubinho Nunes (União Brasil), está fazendo uma campanha de fake news.

"Em nenhum momento foi citado o nome do padre no requerimento, se tivesse jamais teria assinado porque defendo o trabalho dele. O padre está lá para ajudar as pessoas, nós estamos do mesmo lado. O que está acontecendo é uma grande fake news, o vereador (Rubinho Nunes) está fazendo campanha política em cima", afirmou o vereador ao veículo.

"Acredito que 90% dos vereadores que assinou não são contra o padre, assinaram com a intenção de proteger os usuários e as pessoas que moram em torno. Nossa intenção é de proteger e inclusive com a ajuda do padre", completou.

Thammy, que é um homem trans, foi alvo de uma campanha de difamação transfóbica da extrema direita quando participou de uma campanha de dia dos pais em 2020. Na época, foi defendido pelo pároco que faz ações sociais no centro de São Paulo.

Lancellotti é conhecido por sua visão social e pela defesa dos direitos trans. O padre, que faz um trabalho com a população de rua da capital paulista há décadas, também faz ações com as pessoas trans que estão em situação de rua e vulnerabilidade social.

O vereador alega que vai fazer um requerimento para retirar sua assinatura pela criação da CPMI. Thammy chegou a afirmar que sairia do PL quando Bolsonaro anunciou sua filiação em 2021, mas seguiu no partido.