Taxa de transmissão do coronavírus no Brasil é a menor desde abril de 2020, aponta Imperial College

Apesar da queda de transmissão e morte, Opas alerta que ainda não é hora de relaxar as medidas não farmacológicas, como uso de máscara e distanciamento social

Ambulatório em Manaus. Foto: Prefeitura de Manaus
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A taxa de transmissão do coronavírus no Brasil registrou nesta semana o menor índice desde abril de 2020, quando começou a ser medida pelo Imperial College, de Londres. Segundo a última atualização da instituição, a taxa ficou em 0,60.

De acordo com os médicos epidemiologistas, isso significa que cada 100 pessoas infectadas transmitem o vírus para outras 60. Pela margem de erro das estatísticas, essa taxa pode ser maior (até 0,79) ou menor (0,24). Nesses cenários, cada 100 pessoas com o vírus infectariam outras 79 ou 24, respectivamente.

Representado pelo símbolo "rt", que significa "ritmo de contágio", é o número que traduz o potencial de propagação de uma doença: quando ele é superior a 1, cada infectado transmite a doença para mais de uma pessoa e a doença avança. Quando menor, o vírus recua.

A taxa mais próxima da atual havia sido apontada pelo Imperial College em novembro do ano passado, com 0,68. Mas a data coincide com o apagão de dados que atrasou a atualização de casos e mortes por Covid-19 pelo Ministério da Saúde.

Vacinação e medidas não farmacológicas

Especialistas afirmam que o avanço da vacinação contribuiu para o recuo do vírus e, consequentemente, de novos casos de infecção.

Atualmente, 70% população brasileira já recebeu a primeira dose de alguma vacina e 47% já está imunizada (duas doses ou dose única).

Além disso, o mês de setembro registrou o menor número de mortes por Covid no Brasil desde novembro de 2020.

Apesar dos números animadores que revelam um certo controle do vírus, os médicos afirmam que ainda não é possível deixar de lado as medidas não farmacológicas de combate ao coronavírus: uso de máscara, distanciamento social, evitar aglomerações, privilegiar espaços abertos e bem ventilados, e manter a higiene das mãos.

Para Ciro Ugarte, diretor de Emergências Sanitárias da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a queda nos casos não pode servir de pretexto para baixar a guarda diante do coronavírus.

"Quando os casos diminuem, é sinal de que estamos fazendo as coisas certas. Ou seja, implementamos medidas de saúde pública, que comprovadamente continuam a funcionar. O pior que pode nos acontecer agora, que estamos com menos casos, seria aliviar as medidas. Isso aumentaria a oportunidade para que o vírus fosse transmitido de pessoa para pessoa", diz Ugarte.

Com informações do G1