Levantamento DataFórum desta quarta-feira (3) mostra que a campanha de Bolsonaro, pelo menos nas redes, tem estabelecido dois eixos que devem servir de base para os dois meses seguintes, que marcam a disputa eleitoral de fato.
Um deles, que tem sido capitado pelo DataFórum, diz respeito a construção de um discurso em que o ex-presidente Lula fez um grande acordo com banqueiros e que, nesta aliança, está prometido o fim do PIX.
A segunda vertente do discurso bolsonarista no Twitter é intensificar ataques contra as instituições basilares da democracia do Brasil, com foco no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Este agrupamento obteve 43% das menções.
O que se observa entre as comunidades lulistas, ao contrário das bolsonaristas, é que elas funcionam motivadas por temas de ocasião. Por exemplo, no levantamento desta terça-feira identifica-se um forte engajamento deste agrupamento a partir da revelação de que Bolsonaro está com medo de ser preso, caso perca a eleição.
Além disso, também repercutiu muito a informação veiculada pela revista Veja de que setores do bolsonaristas estariam organizando um atentado contra os atos da extrema direita no 7 de setembro como objetivo de jogar a culpa na esquerda e instalar um caos institucional. Essa comunidade teve 41% das citações.
Foram analisados 584.961 tweets a partir das seguintes autoridades pesquisadas: 'Lula', 'Bolsonaro', 'Ciro', 'Moro', 'Alckmin', 'Eduardo Leite' e 'Simone Tebet'.
Bolsonaristas intensificam ataques contra o STF
O bolsonarismo voltou a tensionar com o TSE e STF através de ataques aos seus ministros, afirmando que o Presidente é perseguido por eles, com repercussão da fala “Barroso é um criminoso”.
Novamente foi reforçada a tentativa de apropriação política da criação do PIX pelo Bolsonaro. Michelle Bolsonaro foi elogiada por diversos influenciadores, com a mesma fórmula: de que ela teria o dom da palavra.
Lulistas repercutem a revelação de que Bolsonaro tem medo de ser preso
O lulismo comemorou bastante o medo de Bolsonaro de ser preso ao deixar a Presidência com diversos tweets afirmando que o Presidente cometeu crimes no exercício do cargo.
Teve grande repercussão a informação veiculada pela Veja de que setores bolsonaristas poderiam estar planejando atentados, para serem atribuídos ao PT. Também foi destaque a notícia que o pastor da Michelle Bolsonaro é acusado de acobertar um golpe em fiéis.
Esquerda radical critica Ciro Gomes por fala sobre políticas antirracistas
A esquerda atacou Ciro por ter chamado pautas de minorias de “política de papo-furado” ao criticar um possível governo Lula. Ciro disse isso num contexto em que descrevia o que seria o terceiro mandato de Lula, em sua opinião.
O destaque principal da comunidade, no entanto, foi a descoberta por setores de inteligência de que bolsonaristas estariam armando auto atentados para culpabilizar a esquerda no 7 de setembro.
Ciro Gomes reforça que sua candidatura "é pra valer"
Ciristas, capitaneados pelo próprio Ciro, destacaram o que seria um plano de banqueiros para tirar dinheiro dos mais pobres. Ciro afirmou que sua candidatura é pra valer.
Destaques também argumentaram que Ciro Gomes tem programa de governo e que isso é importante para elevar o nível do debate.
Lavajatistas sonham com eleição de Moro ao Senado
A comunidade formada por lavajatistas teve como destaques principais Moro e sua esposa, Rosângela.
Eles atacam Lula e o PT, afirmando que apesar da UB ter desistido da candidatura para presidência, jamais apoiariam Lula e o PT. Ainda há destaque para o lançamento da candidatura de Moro ao Senado pelo Paraná.