ATAQUE À DEMOCRACIA

Telegram se recusa a entregar dados de grupos neonazistas e ameaça deixar o Brasil

Polícia Federal critica lentidão da plataforma em colaborar com investigação e afirma que dados importantes foram deletados

Telegram se recusa a entregar dados de grupos neonazistas e ameaça deixar o Brasil.Créditos: Ivan Radic/Flickr
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O cofundador do Telegram Pavel Durov declarou nesta quinta-feira (27) que os dados requisitados pela Justiça brasileira "são impossíveis de serem coletados". Por conta disso, o serviço está suspenso no Brasil. 

A Justiça Federal no Espírito Santo solicitou ao Telegram entrega de dados referentes a grupos neonazistas. O pedido atende uma demanda da Polícia Federal, que pediu os dados após investigação sobre o ataque que deixou 4 mortos em uma escola em Aracruz (ES). Segundo a PF, o assassino interagia com grupos antissemitas no Telegram. 

Por meio de um comunicado divulgado em seu canal no Telegram, Durov também alegou "direito à comunicação privada" como justificativa para não entregar os dados. 

"No Brasil, um tribunal solicitou dados que são tecnologicamente impossíveis de obter. Estamos recorrendo da decisão e aguardando a resolução final. Não importa o custo, defenderemos nossos usuários no Brasil e seu direito à comunicação privada", disse Durov. 

O cofundador do aplicativo também afirmou que o aplicativo pode deixar o Brasil. "No passado, países como China, Irã e Rússia proibiram o Telegram devido à nossa posição de princípio sobre a questão dos direitos humanos. Tais eventos, embora infelizes, ainda são preferíveis à traição de nossos usuários e às crenças nas quais fomos fundados". 

Segundo a Polícia Federal, a demora do Telegram para fornecer os dados permitiu que os grupos neonazistas que estão sendo investigados fossem excluídos. 

Por determinação da Justiça, o Telegram está suspenso desde a noite desta quinta-feira (27) e com multa diária de R$ 1 milhão.