Bolsonaro trava pagamento de R$ 600 a trabalhadores informais em meio à pandemia do coronavírus

Enquanto Bolsonaro distribui bravatas e fake news alegando preocupação com os mais pobres, projeto aprovado pelo Senado em regime de urgência na segunda-feira aguarda sanção presidencial

Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução
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Distribuindo bravatas em pronunciamentos e fake news nas redes sociais, alegando que estaria preocupado com a situação dos trabalhadores autônomos e informais e dos mais pobres, Jair Bolsonaro trava há dois dias a liberação do pagamento do auxílio de R$ 600 - que pode chegar a R$ 1,2 mil, no caso de mães solo - em meio à pandemia do coronavírus.

O projeto foi aprovado em regime de urgência durante sessão virtual do Senado na última segunda-feira (30), quando o presidente da casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP) - que cumpre quarentena por coronavírus - pediu a sanção "imediata" a Bolsonaro.

"Em nome dos brasileiros que passam dificuldades financeiras neste momento de pandemia do Covid-19, solicito ao presidente da República
@jairbolsonaro a sanção imediata do projeto de lei,que garante auxílio de R$600aos trabalhadores autônomos, aprovado há pouco pelo @SenadoFederal", tuitou Alcolumbre.

https://twitter.com/davialcolumbre/status/1244738186447855617

O atual senador e ex-ministro da Saúde, Humberto Costa (PT-PE), voltou às redes nesta quarta-feira (1º) pedindo que Bolsonaro inicie o pagamento dos auxílios.

"Bom dia, Bolsonaro já pagou? A fome não pode esperar. A dignidade de quem precisa do benefício também não espera", tuitou o senador, compartilhou a hashtag #PagaLogoBolsonaro, que teve a adesão até do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.

Chantagem
Nesta terça-feira (31), em vez de anunciar a liberação imediata do recurso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, preferiu promover um embate com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), condicionando a renda mínima aos trabalhadores informais à aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) pelo Legislativo do que está sendo chamado de “orçamento de guerra”.

“Nós gostaríamos de soltar os recursos, mas precisamos de uma aprovação de fontes. Isso está autorizado pelo ministro, mas não está autorizado pelo Congresso, precisa uma PEC”, justificou.

A alegação foi criticada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que disse que o calendário estabelecido pelo governo para os pagamentos não parece o de um apoio emergencial.

O “orçamento de guerra” prevê que, durante a vigência da calamidade pública, o governo não precise cumprir a chamada regra de ouro, norma que impede endividamento para pagar despesas correntes. Mas isso pode ser feito por Projeto de Lei, em vez de uma alteração na Constituição, como quer o ministro e o que exige muito mais tempo para aprovação pelo Congresso.

Com informações da Rede Brasil Atual