Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, temendo o que suas revelações na CPI do Genocídio podem causar a ela e a outros integrantes do governo de Jair Bolsonaro, insiste em depor sob a proteção de um habeas corpus (HC).
Conhecida como “Capitã Cloroquina”, ela apresentou, nesta sexta-feira (21), um pedido de reconsideração ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a decisão tomada por ele, rejeitando o HC para que ela tivesse direito a permanecer em silêncio na CPI, de acordo com reportagem de Caio Junqueira, na CNN Brasil.
O depoimento de Mayra está previsto para terça-feira (25). O advogado dela, Djalma Bezerra, disse que anexou uma entrevista do relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), na qual ele chama a secretária de “Capitã Cloroquina”.
O advogado acha que se trata de uma ofensa, o que reforçaria a necessidade do HC para que ela "não seja agredida" na CPI.
Testemunha
Ao negar o primeiro pedido, Lewandowski mencionou que Mayra tem a obrigação de comparecer e prestar depoimento na figura de testemunha, reforçada pelo fato de ela ser servidora pública, e que deve ficar “à disposição dos senadores [...] até o encerramento dos trabalhos, não lhe sendo permitido encerrar seu depoimento, de forma unilateral, antes de ser devidamente dispensada”.
Mayra ganhou notoriedade por defender o chamado “tratamento precoce” contra a Covid-19 e a utilização de medicamentos sem eficácia no combate à doença, como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina, o que lhe rendeu o apelido de "Capitã Cloroquina”.