Coronavírus se espalha pelas Terras Indígenas do Rio Negro

São Gabriel da Cachoeira, município mais indígena do Brasil, conta com um único hospital, que está com a usina de oxigênio quebrada

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São Gabriel da Cachoeira, município mais indígena do Brasil, está com um crescimento acelerado de casos de coronavírus, apesar do bloqueio de trânsito decretado em março. Na última sexta (15) foram notificados 265 casos, com 12 óbitos e 14 pessoas internadas no único hospital local. A cidade tem 45 mil habitantes e o Hospital de Guarnição (HGU), gerido pelo exército brasileiro, não possui Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Segundo o secretário de Saúde do município, Fábio Sampaio, todos os pacientes entubados estão inscritos no Sistema de Transferências de Emergências Reguladas (Sister), da Secretaria de Estado de Saúde (Susam) e aguardam um leito de tratamento intensivo na capital, Manaus, que fica a mil quilômetros de São Gabriel e já está entrando em colapso.

O único hospital da cidade está com a sua usina de oxigênio quebrada e não é possível reabastecer os cilindros usados pelos pacientes que respiram com auxílio mecânico. Os cilindros precisam ser reabastecidos em Manaus.

“Continuo afirmando que é urgente uma unidade alternativa para as pessoas que adoecem de outras patologias, uma Unidade Mista, um Centro de Saúde, uma UPA, qualquer outra unidade para dar suporte e atender as pessoas que adoecem, que precisam de uma consulta de rotina, para as gestantes parirem, um lugar com segurança e sem estar contaminado com esse vírus”, diz o gestor em saúde coletiva da Secretaria Municipal de Saúde de São Gabriel, Angelo Quintanilha.

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