Elio Gaspari: “Bolsonaro foi o único governante a minimizar o risco do coronavírus”

O mesmo disse o médico sanitarista, Pedro Tourinho, a esta Fórum, em detalhada entrevista publicada na última quinta-feira. Veja aqui

Jair Bolsonaro - Foto: Marcos Corrêa/PR
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O jornalista Elio Gaspari lembra, em sua coluna deste domingo (15), na Folha, que o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ), foi o único governante a minimizar o risco do coronavírus. Contrariou quem é médico, a Organização Mundial da Saúde e seu ídolo Donald Trump.

O jornalista afirma que “sendo presidente da República, podia ter acompanhado a serenidade de seu ministro da Saúde, do governador de São Paulo e de David Uip, que é infectologista, e há semanas lidam com o caso do coronavírus”.

O mesmo disse o médico sanitarista, Pedro Tourinho, a esta Fórum, em detalhada entrevista publicada na última quinta-feira (12).  Para ele, o pior que pode acontecer é o governo tratar a pandemia como fez, num primeiro momento, o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ), subestimando a crise e tratando o caso como se fosse “uma gripe qualquer”.

“O Bolsonaro, como sempre, age pautado pela ignorância, pelo desconhecimento, desinformação, pela rede de fake news que ele mesmo produz, enquanto o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que por mais que seja um ministro desse governo, é um técnico e está conseguindo produzir uma fala um pouco menos estapafúrdia do que a fala do Bolsonaro”, afirmou Tourinho.

De acordo com o médico, o coronavírus está longe de ser uma gripezinha qualquer, e essa fala do presidente cria inclusive um problema político para o Brasil. “Provavelmente, daqui a alguns poucos dias, o governo pode ter que adotar medidas mais severas. E como ele vai fazer? Vai chegar pra todo mundo e dizer: ‘eu errei, falei besteira’?. Isso pode, inclusive, adiar a tomada de decisão do governo, o que é um grande problema. O Bolsonaro jamais deveria se manifestar se ele não tem conhecimento técnico ou não está pautado adequadamente por técnicos”, alertou.

Para o sanitarista, o principal é o governo ter seriedade e agir rapidamente. Isto, para ele, significa fazer exatamente o mesmo que outros países como a China, Itália e, sobretudo, Cuba.