Em nova oferta ao governo Bolsonaro, Pfizer cobra R$ 1 bilhão a mais pelo mesmo número de vacinas

Preço é 20% maior do que o negociado no primeiro contrato com a farmacêutica. Ministério da Saúde negou ao menos 3 ofertas do imunizante em 2020

Vacina da Pfizer (Foto: Reprodução)
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A farmacêutica Pfizer, uma das desenvolvedoras da vacina contra a Covid-19, fez uma nova oferta ao governo de Jair Bolsonaro de 100 milhões de doses do imunizante. O valor cobrado, no entanto, será 20% superior do que o negociado no primeiro contrato do laboratório norte-americano com o Ministério da Saúde.

Segundo reportagem de Mariana Hallal, do Estado de S.Paulo, a oferta para nova compra totaliza mais de R$ 6,6 bilhões, cerca de R$ 1 bilhão a mais do que o valor anterior. O governo publicou nesta quinta-feira (6) no Diário Oficial da União o extrato de dispensa de licitação, que cita o valor bilionário.

Em nota técnica da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, há o pedido de compra do imunizante pelo governo, mas com a observação de que o valor está acima do que foi pago no contrato anterior e pede que o preço seja negociado.

As negociações do Ministério da Saúde com a Pfizer apontam que o novo lote deve ser entregue em duas etapas. A primeira remessa, de 30 milhões de doses, deve chegar ao país entre 1º de julho e 30 de setembro. A entrega do segundo lote, com 70 milhões de doses, está prevista para o quarto trimestre, entre 1º de outubro e 31 de dezembro.

O governo de Jair Bolsonaro recusou ao menos três ofertas formais de vacinas da Pfizer ao longo de 2020. A primeira delas foi feita em agosto, quando a farmacêutica colocou à disposição do Brasil 70 milhões de doses para serem entregues em dezembro. As outras duas ofertas formais, feitas através de documentos, foram confirmadas pelo laboratório.