Quando todos esperavam que Rússia, China e Reino Unido entravam na reta final como únicos competidores da disputa pela primeira vacina contra a covid-19 (infecção causada pelo novo coronavírus), eis que surge o Irã, correndo por fora, mas tentando ser a grande surpresa desta briga.
Na verdade, o país já surpreendeu toda a comunidade científica nesta sexta-feira (24), quando o ministro da Saúde, Saeed Namaki, anunciou que o país concluiu a fase de desenvolvimento clínico, após a terceira etapa de testes em humanos da sua vacina. Ele também afirma que os resultados mostraram sucesso do medicamento iraniano, e disse que este poderia estar disponível já nas próximas semanas.
Namaki ressaltou que o Irã realiza esse esforço de desenvolver sua própria vacina devido à “necessidade de buscar soluções locais, provocada pelas injustas sanções internacionais que foram impostas pelos Estados Unidos, e que prejudicam o desenvolvimento iraniano, causam danos significativos à sua população e impedem a estratégia nacional de enfrentar a pandemia, mas também nos obrigam a superar esses desafios com iniciativas como esta”.
Além da vacina, o Irã também desenvolveu seu próprio modelo de ventilador mecânico, também para enfrentar os obstáculos que as sanções impõem para comprar o equipamento em outros países.
O projeto da vacina iraniana foi anunciado em fevereiro, quando o país era um dos mais afetados do mundo pela pandemia. Naquele então, o próprio Namaki previa que a conclusão da vacina tardaria entre 12 e 15 meses, e estipulou o mês de março de 2021 como data do provável lançamento.
Em uma reunião online com representantes da OMS (Organização Mundial da Saúde) no Oriente Médio, Namaki disse que o Irã está pronto para cooperar e compartilhar sua vacina com outros países da região.
Até o momento, o país persa já registou 286 mil infecções por covid-19, com 15 mil mortes e 249 mil pacientes recuperados.