Médico de Bolsonaro espalha áudio antivacina e diz que imunizante contra Covid matou brasileiro

Além da informação imprecisa, Antonio Luiz Macedo ainda atacou o governador João Doria

Jair Bolsonaro e Antonio Luiz Macedo | Reprodução
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O cirurgião Antonio Luiz Macedo, médico do Vila Nova Star que passou a tratar do presidente Jair Bolsonaro depois do episódio da facada, viralizou em grupos de WhatsApp com um áudio em que ele aparece condenando as vacinas contra o novo coronavírus que tem sido desenvolvidas.

Segundo informações da jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, Macedo diz em áudio que se precisa de “mais seriedade, com menos oba-oba, de modo que não se admita que um médico de 28 anos de idade morra testando uma vacina”. "Esse coitado desse médico de 28 anos que morreu tomando vacina", disse.

A informação, no entanto, é imprecisa. O médico voluntário que morreu durante a fase de testes da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca contra Covid não teria tomado o imunizante, como afirma o cirurgião.

Apesar de não haver uma confirmação oficial, a vítima - que morreu de Covid - faria parte do chamado "grupo de controle", tendo em vista que Comitê Internacional de Avaliação de Segurança do imunizante sugeriu a continuidade dos testes clínicos. Essa vacina é a “preferida” do presidente Jair Bolsonaro.

O médico confirmou a autoria do áudio à Folha. “Pare de se testar vacina, vacina não é para se testar, vacina é para se aprovar se os dados da vacina fornecerem segurança para o médico autorizar”, disse.

No áudio, ele ainda ataca o governador João Doria, alvo do presidente e apoiadores, e afirma que "quem autoriza vacinação não são leigos governadores ou prefeitos ou quem quiser da rede pública...quem autoriza a vacinação é o médico do paciente, que é o responsável”.