“O futebol não pode ser privilegiado, tem que parar também”, afirma José Trajano

O jornalista criticou, ainda, a forma pela qual os governos federal e estadual estão conduzindo as políticas de combate à pandemia

José Trajano - Foto: ReproduçãoCréditos: Divulgação
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Apesar de o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ter reclassificado, nesta quarta-feira (3), todo o estado para a fase vermelha, o futebol não vai ser interrompido. O jornalista José Trajano repudia a decisão do Centro de Contingência do Coronavírus, que afirmou que as competições esportivas poderão continuar ocorrendo.

“Não é possível que o futebol seja liberado. Só no Corinthians, nós temos o exemplo recente da quantidade de jogadores que estão infectados. Tinha que parar tudo durante esses 15 dias. Vamos respeitar a ciência”, afirma Trajano, que tem larga experiência no jornalismo esportivo.

“O futebol não pode ser privilegiado. O futebol tem que parar também. Assino embaixo o depoimento muito legal do Casagrande no Globo Esporte. Paramos com tudo, vamos salvar vidas. Não ao negacionismo”, destaca.

José Medina, que integra o Centro de Contingência, tentou justificar: “Até este momento, o futebol em São Paulo vai seguir o mesmo modelo cumprido na Europa, onde vários países decretaram lockdown e mantiveram o futebol e atividade esportiva sem plateia”, diz, tentando comparar a realidade do Brasil com a dos países europeus.

Críticas

Trajano também não poupou críticas à forma pela qual os governos federal e estadual, de Jair Bolsonaro e João Doria (PSDB), respectivamente, conduzem as políticas de combate à pandemia do coronavírus.

“Nós vivemos em um país desgraçado. Estamos no pior momento da pandemia, é o segundo país em número de óbitos e temos um verme no descontrole da nação. É necessário salvar vidas e para salvar vidas, segundo tudo o que a gente ouve dos grandes cientistas, médicos, Organização Mundial da Saúde, é importante o confinamento, a quarentena radical, usar máscara, não aglomerar e usar bastante álcool em gel. Tudo ao contrário ao que apregoa o capitão corona”, diz, se referindo a Bolsonaro.

“Não gostei de ter o engomadinho governador do estado de São Paulo incluído igrejas como serviços essenciais”, acrescenta Trajano.