Órgão do Ministério da Saúde contraria Bolsonaro e não recomenda cloroquina para Covid

Relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde também contraindicou uso de azitromicina, que é defendido pelo presidente

Bolsonaro com medicamentos à base de cloroquina - Foto: Reprodução
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A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), órgão do Ministério da Saúde responsável por assessorar a pasta no processo de incorporação e exclusão de medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS), contraindicou o uso da cloroquina, da hidroxicloroquina e da azitromicina no tratamento da Covid-19.

A decisão contraria frontalmente as ideias de Jair Bolsonaro, que defende a utilização desses medicamentos, que não têm comprovação de eficácia, no chamado “Kit Covid” para tratar a doença.

“Não há evidência de benefício seja no seu uso de forma isolada ou em associação com outros medicamentos”, diz trecho do relatório técnico da Conitec.

A comissão também alerta para que cloroquina e hidroxicloroquina não sejam usadas, independentemente da via de administração: oral, inalatória ou qualquer outra.

A exceção é para pacientes com Covid que utilizam esses dois remédios em consequência de outras condições de saúde, como doenças reumatológicas e malária. No caso da azitromicina, o medicamento pode ser mantido quando houver presença ou suspeita de infecção bacteriana.

Decisão final

O relatório da Conitec tem 101 páginas e servirá de base para uma decisão definitiva do Ministério da Saúde a respeito da utilização desses medicamentos contra a Covid-19.

A comissão não recomenda, também, o uso de ivermectina em pacientes com Covid-19. A ivermectina, um vermífugo popular, é outra medicação defendida pelo presidente como tratamento precoce contra a doença.

O texto também não aconselha o uso do remdesivir em pacientes infectados pelo coronavírus.

Com informações da Reuters