Órgãos de saúde de MG investigam suposto caso de reinfecção de coronavírus

Técnico de enfermagem foi contaminado, se curou e, quase dois meses depois, foi diagnosticado novamente com a doença e morreu

Reprodução/TV Record Minas
Escrito en CORONAVÍRUS el

A Secretaria de Saúde de Minas Gerais informou, nesta sexta-feira (10), que está investigando um suposto caso de reinfecção de Covid-19. Em todo o mundo, ainda não há registros de reinfecção da doença, mas não há, por hora, estudos que comprovem que quem foi contaminado não possa se contaminar novamente.

O caso intrigante é o do técnico de enfermagem Libério Tadeu Fonseca, de 22 anos, de Itatiaiuçu, a 72 km da capital Belo Horizonte. Em abril, o jovem apresentou sintomas leves, foi diagnosticado com Covid-19 e ficou em quarentena e, em maio, depois de um novo exame, testou negativo para a doença.

Depois de voltar ao trabalho, já em junho, Fonseca apresentou sintomas mais severos da Covid-19 e, ao realizar um novo teste, voltou a apresentar diagnóstico positivo para a doença. Ele morreu no último dia 6 e seu atestado de óbito aponta a causa da morte como "complicações por Covid-19".

Segundo a responsável pela Policlínica onde o jovem fez o teste em junho, Gláucia Vilela, a reação que ele teve depois de já ter testado positivo em abril pode ter relação com alguma alteração genética da mãe.

"Neste ano a gente teve um diagnóstico da mãe dele com uma alteração genética que gerava predisposição às infecções. Se chama GATA2. Essa alteração confere baixa imunidade. Então, nosso raciocínio clínico é que de ele pudesse ter essa herança genética da mãe, e, por isso, uma suscetibilidade maior às infecções", afirmou.

Já a secretaria de Saúde de Minas Gerais, que foi informada sobre o caso pela secretaria municipal de Itatiaiuçu, disse em nota que "até o momento, não há registro oficial sobre casos de reinfecção ou reativação pelo novo coronavírus no Estado".

O secretário adjunto de Saúde, Marcelo Cabral, por sua vez, disse em coletiva que o caso está sendo investigado pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais (Cievs).

"Nós não estamos lidando com uma ciência exata, A ciência tem a característica da investigação. É natural que haja alguns destes questionamentos", afirmou.