Pesquisadores cogitam acelerar processo para permitir uso emergencial da vacina de Oxford ainda em 2020

Estratégia se assemelha à realizada por pesquisadores russos para agilizar o registro da Sputnik V, e que tem sido questionada por diversos países para desmerecer a vacina russa, mas permitiria que o produto chegue mais rapidamente ao Brasil

Vacina contra o coronavírus (foto: reprodução)
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A chegada de uma vacina para o novo coronavírus é o grande anseio de todos os países do mundo neste momento, e no caso do Brasil, as maiores esperanças estão depositadas nas que tiveram parte de sua fase de testes no país.

Uma delas, a chamada “vacina de Oxford”, por ter sido desenvolvida por pesquisadores dessa universidade britânica, poderia sofrer uma “aceleração” em seus processos, de forma a permitir o seu uso emergencial ainda neste 2020.

A professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Lily Yin Weckx, explica que o contexto de pandemia exige maior velocidade nas pesquisas, devido à urgência que existe em alguns países, entre eles o Brasil.

“Se formos seguir todos os passos de desenvolvimento da pesquisa, o estudo vai terminar em junho do ano que vem. Mas o que se espera é que, como temos vários centros estudando, com um grande número de pessoas sendo avaliadas, se essa análise mostrar que o resultado é muito positivo, é possível conseguir o licenciamento para uso emergencial”, explica a médica.

O curioso é que procedimentos nesse sentido também foram usados pelos pesquisadores russos para agilizar o desenvolvimento e o registro da vacina Sputnik V, e são justamente um dos argumentos utilizados para desmerecer o mérito do país em ser o primeiro a apresentar uma vacina contra o coronavírus.

No entanto, se realmente for adotado pelos cientistas que elaboram a vacina britânica, aumentam as chances de que esta esteja disponível para o público brasileiro ainda em 2020.