Levantamento divulgado pela Prefeitura de São Paulo nesta quinta-feira (13) reforça a tese de que a desigualdade social foi um fator essencial na disseminação do novo coronavírus, como previam especialistas desde o início da pandemia.
O governo municipal apresentou os resultados da Fase 3 de seu Inquérito Sorológico, que tem como objetivo "conhecer a situação sorológica da população e direcionar estratégias de atenção à saúde para os casos suscetíveis ao longo das etapas".
Nos dados apresentados, há diferenças substanciais na disseminação da doença quando levados em conta indicadores como classe social e raça. A Prefeitura ainda aponta que o indicador de classe "revela a desigualdade no risco da infecção".
"A prevalência na Classe D/E se mantém cerca de 3 vezes maior que na Classe A/B, ao longo das quatros fases do estudo. A prevalência da Classe C apresenta aumento aproximado de 30% das Fases 1 (8,9%) para a 3 (11,6%)", sustenta.
Segundo o levantamento, há um aumento progressivo da prevalência do Sars-CoV-2 "nos indivíduos de raça/cor preta e parda, ao longo das fases". "Desde a fase 1 há um aumento na prevalência em pretos e pardos em relação a brancos", reforça o estudo.
O indicador de escolaridade também apresenta diferenças importantes. Há uma relação inversa entre escolaridade e prevalência desde a Fase 0 dos estudos (até 21/06). "Na Fase 3, quem possui Ensino Médio apresenta 3x mais chance de ser infectado pelo Sars-CoV-2 que aqueles com Ensino Superior", diz o estudo.
"O perfil sociodemográfico mais susceptível à infecção pelo SARS-COV-2 permanece sendo: classe social D/E, raça/cor preta e parda", conclui o levantamento.
Jovens (18 a 34 anos) e pessoas que trabalham fora de casa também aparecem como mais susceptíveis ao vírus.