Rússia insiste para EUA retirar sanções econômicas contra o Irã e evitar mais mortes por coronavírus

Governo norte-americano se nega a derrubar medidas que impedem a nação asiática, uma das mais atingidas pela pandemia, a adquirir medicamentos e insumos necessários para enfrentar a situação

A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova (Foto: Sputnik / Vladimir Astapkovich)
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O Ministério das Relações Exteriores da Rússia lançou um comunicado nesta instou na segunda-feira (16), no qual voltou a pedir aos Estados Unidos que suspenda imediatamente as sanções econômicas, comerciais e financeiras ilegais contra o Irã, para permitir que o país do Oriente Médio possa enfrentar a pandemia do coronavírus.

“Apelamos decididamente aos Estados Unidos para que seja capaz de entender a realidade cara a cara, e tomar uma decisão madura sobre o levantamento imediato de sanções, que afetam os direitos humanos fundamentais das pessoas no Irã”, diz o comunicado.

O texto acrescenta que “durante uma pandemia global, não é momento de se prender a diferenças geopolíticas, especialmente aquelas que não têm fundamento e foram inventadas por Washington para satisfazer suas próprias ambições”.

O Irã é o terceiro país do mundo mais afetado pelo coronavírus até agora, com 15 mil casos registrados, e 853 mortes. A taxa de letalidade do vírus no país e de 5.6%.

A chancelaria russa também assegurou que há disposição por parte do governo do Irã de retomar o acordo nuclear iniciado em 2015, e que foi desativado por decisão de Donald Trump.

“Da nossa parte, confirmamos o foco em preservar o acordo nuclear e a prontidão para continuar os esforços para recuperar certo equilíbrio perdido de interesses e estabilidade”, observa a nota, acrescentando que “o trabalho da Rússia nessa direção é realizado paralelamente a grandes projetos e contribuição para a economia iraniana”.

Recentemente, o presidente iraniano Hassan Rohani enviou uma carta a líderes de vários países, afirmando que a Casa Branca continua a frustrar os esforços de seu país para combater a pandemia, “com sanções infames causando, em menos de dois anos, cerca de 200 bilhões de dólares em prejuízo direto à nossa economia, e agora restringido a nossa capacidade de ter acesso a produtos que podem salvar as vidas dos nossos cidadãos”.