Cultura: Mais da metade das empresas demitiram durante a pandemia

Pesquisa do Observatório da Economia Criativa da Bahia revela que cerca de 80% dos trabalhadores do setor não tinham vínculo empregatício quando estourou a epidemia

Encenação no Museu Vivo da Memória Candanga, em Brasília (Foto: André Borges/Agência Brasília)
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Pesquisa realizada pelo Observatório da Economia Criativa da Bahia, divulgada nesta sexta-feira (11) pelo Valor Econômico, revela que mais da metade das empresas do setor cultural tiveram que demitir e reduzir contratos durante a pandemia do coronavírus.

O levantamento mostra ainda que cerca de 77% das empresas do setor estimam um período máximo de três meses de subsistência e que cerca de 80% das pessoas que trabalham na área não tinham vínculo empregatício quando estourou a epidemia.

“Os dados mostram que a pandemia reforçou um cenário de vulnerabilidade que é próprio do setor”, disse Daniele Canedo, coordenadora do estudo, ao Valor.

Menosprezados e perseguidos pelo governo Jair Bolsonaro, os trabalhadores do setor cultural foram um dos últimos a serem atendidos durante a pandemia.

Publicada somente em julho, a Lei Aldir Blanc foi criada para garantir uma renda emergencial para trabalhadores da cultura e manutenção dos espaços culturais brasileiros durante o período de pandemia da covid?19.

Entretanto, a preocupação é que o setor deve ser um dos últimos da economia a se estabilizar. Nesta quinta-feira (10), o senado anunciou que deve analisar "em breve" o projeto de autoria de Rogério Carvalho (PT-SE), que que inclui os profissionais da cultura entre os beneficiários, no mesmo prazo e valor, do auxílio emergencial residual de R$ 300 até dezembro deste ano.