Cuba em crise: uma opinião em poucas linhas – Por Felipe Demier

qualquer manifestação na Ilha que não tenha como eixo central a denúncia do abominável bloqueio econômico imposto ao país pelos EUA é digna de alta suspeição

Manifestação contra-revolucionária em Cuba (Foto: Redes sociais)
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Por Felipe Demier *

Por mais burocráticos, "reformadores" e mesmo incompetentes que possam ser os atuais dirigentes do regime cubano, cujas deformações remontam ao alinhamento acrítico com a URSS já sob comando dos discípulos de Stálin, qualquer manifestação na Ilha que não tenha como eixo central a denúncia do abominável bloqueio econômico imposto ao país pelos EUA é digna de alta suspeição.

Biden e seu imperialismo da "representatividade" não revogaram nem mesmo uma só das medidas de sufocamento econômico decretadas por Trump, e em uma situação de pandemia, segundo fontes, o conjunto das leis de embargo parece dificultar até mesmo a importação de seringas e demais insumos para a vacinação da população (com a vacina desenvolvida e produzida localmente, graças a 1959/1961).

Nada justifica a prisão de professores marxistas, trotskistas e defensores de Fidel e Che, como aconteceu nesses dias, mas é fato que manifestações antiburocráticas que não deixem claro que, antes de qualquer coisa, as conquistas sociais da revolução devem ser preservadas a todo custo, e que o bloqueio imperialista, os gusanos terroristas e as forças do mercado são abjetos inimigos só podem conduzir ao fortalecimento das forças pró-capitalistas na ilha.

Não à toa, a Globo News e os bolsonaristas, por ora aqui em conflito, prontamente se colocaram a favor das manifestações de lá. Às turras aqui, nossos liberais e neofascistas se irmanam em Miami.

*Felipe Demier é historiador e professor da Faculdade de Serviço Social da UERJ.

**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.