CRISE

BC mantém taxa de juros em 13,75% e Haddad critica decisão: "muito preocupante"

O presidente Lula também não gostou da decisão da instituição e lamentou não poder demitir Campos Neto, presidente do Banco Central

BC mantém taxa de juros em 13,75% e Haddad critica decisão: "muito preocupante".Créditos: Ministério da Fazenda
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Contrariando todas as expectativas, o Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa de juros básica da economia, a Selic, em 13,75%. O comunicado foi divulgado nesta quarta-feira (22). 

 

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou a decisão do BC e a classificou como "preocupante". "Eu considerei o comunicado preocupante, muito preocupante, porque hoje divulgamos relatório bimestral mostrando que nossas projeções de janeiro estão se confirmando sobre as contas públicas", declarou Haddad em coletiva de imprensa. 

Em seguida, o ministro da Fazenda afirmou que o atual momento da economia pede uma outra postura do BC.

"Em momento em que a economia está retraindo e que o crédito está com problema, o Copom chega a sinalizar até a possibilidade de uma subida de taxa de juros [...] lemos com muita atenção, mas achamos que realmente o comunicado preocupa bastante", completou Fernando Haddad. 


Lula lamenta não poder demitir presidente do BC 

 

Lula voltou a criticar a postura de Campos Neto à frente do BC, nesta terça (21), e lamentou não poder demitir o economista, que foi alçado ao posto por Jair Bolsonaro (PL) e Paulo Guedes após a decretação da autonomia da instituição. 

Indagado se poderia demitir o presidente do BC, Lula lamentou que a decisão tenha que passar pelo Senado Federal, onde há poucas chances de que o mandato de Campos Neto seja interrompido.

"Eu não posso demitir porque ele depende muito do Senado", afirmou Lula. Ele sinalizou que não mexerá na autonomia do BC e vai esperar 2024 para trocar o comando da instituição. Campos Neto foi nomeado para a presidência do BC em 2019 e confirmado em 2022 por Bolsonaro, após sanção do projeto que deu autonomia ao banco e mandato de quatro anos ao presidente e diretores.