FUTEBOL E TORCIDAS

Justiça libera entrada de bandeiras com mastros nos estádios paulistas

Proibidas desde 1996 após uma época repleta de episódios de violência entre torcidas organizadas, volta das bandeiras dependerá de autorização da PM

Arquibancadas do Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu. Créditos: Rodrigo Soldon / Wikimedia Commons
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Foi divulgado nesta terça (26) no site do Tribunal de Justiça de São Paulo que o Juizado do Torcedor autorizou - pela primeira vez desde a proibição em 1996 - a entrada de bandeiras com mastros, hastes ou suportes nos estádios paulistas.

Mas não é uma liberação total. Os saudosos “bandeirões de bambu” só poderão voltar os estádios mediante autorização da PM que, por sua vez, irá decidir por tamanho, quantidade e setores permitidos, além, claro, dos procedimentos burocráticos que existem para liberação de qualquer material coletivo e que os torcedores organizados já conhecem. Além disso, ainda é possível recorrer desta decisão caso as autoridades julguem que a permissão tenha aberto espaço para novos episódios de violência e perturbação da paz.

Foi o juiz Fabrício Reali Zia quem assinou a decisão no Tribunal do Torcedor em resposta a representação da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) em relação a possibilidade da volta desde tipo de material aos estádios. De acordo com a decisão, se organizada dentro dos procedimentos previstos em lei, esses materiais não representariam uma manifestação de violência, razão pela qual acabaram proibidos quase trinta anos atrás.

“Considerando o espírito da Lei em se permitir o lazer cultural brasileiro, sem se descurar da segurança, é de se conceder a autorização para a entrada de torcedores portando bandeiras, direito que fica condicionado ao intuito de manifestação festiva e amigável”, escreveu o juiz. 

A proibição, nos anos 90, veio em decorrência de uma série de episódios de violência envolvendo torcidas organizadas dos principais clubes paulistas. A mais famosa foi a batalha entre torcedores da Mancha Verde e da Tricolor Independente no Pacaembu, em 1995, após a final de um campeonato de base, e que deixou um torcedor morto.