Direita se reelege em Madri com ampla maioria; Iglesias renuncia a todos os cargos

Com vitória robusta do conservador PP, Isabel Díaz Ayuso permanece no poder sem precisar compor com a extrema direita do Vox. Seu partido teve sozinho mais votos que a soma das três representações de esquerda

Foto: La Vanguardia (Reprodução)
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A atual presidenta da Comunidade de Madri, Região Autônoma que engloba a capital da Espanha, Isabel Díaz Ayuso, do conservador PP, saiu vencedora nas eleições locais realizadas hoje (4). A vitória de Ayuso veio com uma expressiva votação de seu partido, que agora controla sozinho o parlamento regional, com 65 cadeiras, contra 58 da coalizão de partidos de esquerda formada por PSOE (24), Más Madrid (24) e Podemos (10).

A conquista de tantos assentos permite ao PP governar a capital espanhola sem necessidade de compor com o Vox, partido de extrema direita que reivindica pautas e heranças da ditadura de Francisco Franco (1939-1975), e que conseguiu eleger 13 representantes.

Com o resultado, o candidato derrotado Pablo Iglesias, líder do Podemos, partido mais à esquerda no espectro político nacional e que era vice-presidente de Governo (cargo equivalente ao de vice-primeiro-ministro da Espanha), anunciou que deixa a vida política, abdicando de qualquer cargo público ou partidário, num melancólico pronunciamento no qual afirmou que “não contribui para somar” e que “quando alguém deixa de ser útil, tem que saber se retirar”.

No fim da noite, o líder extremista de direita Santiago Abascal, do Vox, anunciou que seu partido apoiará a gestão regional de Isabel Ayuso, sem fazer exigências para entrar formalmente na composição de governo.

Até a publicação desta matéria, 96% das urnas já estavam apuradas na Comunidade de Madri e não havia mais possibilidade de qualquer mudança nos números definidos até então.