Alemanha volta às urnas e encerra Era Merkel

Tudo o que você precisa saber - de forma simples - sobre a eleição alemã

A chanceler alemã Angela Merkel - Foto: Reprodução/Youtube
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Tchau Merkel!

Nesse domingo (26), a maior economia europeia elegerá um novo parlamento federal que indicará um novo chefe de governo (Chanceler). Por sua vez, o postulante terá o desafio de substituir Angela Merkel. No cargo desde 22 de novembro de 2005 - quase 16 anos, ela consolidou uma Era. Primeira mulher a governar o país, ela é 2ª governante mais longeva no Pós-Guerra, só perdendo para Helmut Kohl.

Mais do que o tempo em si, a política de centro-direita, deixa um legado profundo a ser estudado pela sociedade alemã e mundial. Criticada por extremistas em temas diferentes, é odiada pela extrema-direita por suas posições durante a crise da imigração em 2015, fato que intensificou a divisão geopolítica internacional no campo conservador.

A eleição

Para o domingo, segundo as mais variadas pesquisas, Merkel não emplacará um sucessor de seu partido como governante. Com uma vantagem consistente nas intenções de votos (divulgadas em agosto e setembro), o favoritismo do Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda, rival e parceiro de sucessivos governos deve ser confirmado.

Por esse caminho, o candidato Olaf Scholz (SPD), que se apresenta como fiador da estabilidade, substituirá a mulher mais poderosa da década no mundo (segundo a Revista Forbes). Scholz que é o Vice-Chanceler e Ministro da Economia desde março de 2018, foi governador da cidade-estado de Hamburgo (2011-18), segunda maior metrópole do país.

Em segundo lugar, está o partido (CDU/CSU) e candidato de Merkel, Armin Laschet, Ministro-Presidente do estado mais populoso e industrializado, a Renânia do Norte-Vestfália, que perdeu pontos nos últimos meses, pagando por um partido dividido e uma série de polêmicas, sendo a mais simbólica um flagra em que ria durante um ato em solidariedade às vítimas das recentes inundações que atingiram o país.

O multipartidarismo e o desafio das coalizões

Assim como na França e na Espanha, o tradicional bipartidarismo hegemônico alemão que marcou as formações de governo vem perdendo força nos últimos anos. Ainda que não tenham possibilidades de liderar um futuro governo federal, a diversificação de forças políticas mostra ser uma tendência para os próximos anos.

Seja quem for a(o) ganhandor(a), a necessidade e turbulência para formação de uma coalizão com pelo menos três partidos será um grande desafio. Nesse sentido, Os Verdes, Liberais (FDP), a Esquerda (Die Linke) e a extrema-direita (AFD) trazem seus temas e serão decisivos para esse novo tempo.

Entre os principais temas que marcaram a corrida eleitoral, destacam-se: as consequências da pandemia; a reestruturação econômica sob a perspectiva da neutralidade ambiental; a manutenção do Estado de Bem-estar Social; a Imigração; o fim missões militares no exterior e a exportação de armas para países de regimes autoritários.