UCRÂNIA

Destino de homicidas de Moscou levanta dúvidas sobre origem do atentado

Estado Islâmico reivindicou e publicou foto

Por dinheiro.Um dos presos diz que agiu por dinheiro, mas o Estado Islâmico é conhecido por recrutar terroristas ameaçando suas famílias.Créditos: Reprodução de vídeo
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O Estado Islâmico, também conhecido como Daesh, reinvindicou o atentado que matou ao menos 133 civis em um auditório nas cercanias de Moscou.

Os cinco homens, fortemente armados, atiraram a esmo no público de um concerto. Os banheiros, onde muitas pessoas se refugiaram, ficaram coalhados de mortos.

As forças de segurança da Rússia prenderam ao menos onze pessoas supostamente relacionadas ao ataque.

Alguns eram originários do Tajiquistão, país muçulmano vizinho do Afeganistão.

Um dos presos disse ter sido recrutado pelo Telegram com a promessa de pagamento de mais de 5 mil dólares.

Imagens que circularam nas redes sociais mostram presos ensanguentados, incapazes de falar russo.

O Estado Islâmico divulgou uma foto que seria dos cinco terroristas minutos antes da ação.

PUTIN CAUTELOSO

O presidente Vladimir Putin mostrou-se cauteloso ao falar em rede nacional de TV.

Notou, no entanto, que os terroristas em fuga estavam a caminho da Ucrânia, onde teriam uma "janela" para a fuga.

Blogueiros e influencers russos entraram no modo propaganda, ora dizendo que o Estado Islâmico foi criado por Barack Obama, ora denunciando que um dos envolvidos no massacre serviu ao exército da Ucrânia.

São teorias que carecem de confirmação.

Porém, o ex-inspetor de armas das Nações Unidas, Scott Ritter, que foi fuzileiro naval dos Estados Unidos, sublinhou que a Central de Inteligência Americana (CIA) trabalha muito próxima ao governo da Ucrânia para promover ações de sabotagem em território russo.

O Estado Islâmico tem razões para se vingar da Rússia, uma vez que foi praticamente demolido pelos russos na Síria.

Recentemente, o grupo reivindicou um atentado no Irã, outro país que se dedicou a combater o EI, principalmente no Iraque.

Os iranianos retaliaram com um ataque a uma base do grupo na Síria.

O atentado recebeu ampla condenação internacional, inclusive dos Estados Unidos:

Os Estados Unidos condenam veementemente o ataque terrorista mortal de ontem em Moscou. Enviamos as nossas mais profundas condolências às famílias e entes queridos dos mortos e de todos os afetados por este crime hediondo. Condenamos o terrorismo em todas as suas formas e manifestamos solidariedade com o povo da Rússia pela perda de vidas causadas por este terrível acontecimento.

No início do mês, Washington tinha alertado seus cidadãos para evitar eventos públicos na Rússia, alegando que extremistas planejavam um ataque ao país.

A Ucrânia negou oficialmente qualquer envolvimento com o atentado.

O presidente Volodymyr Zelensky apontou para o fracasso dos serviços de segurança da Rússia:

O que aconteceu ontem em Moscou é óbvio, e Putin e outras escórias estão tentando transferir a culpa para outros. Seus métodos são sempre os mesmos. Já vimos tudo isso antes. [...] Eles vieram para a Ucrânia, incendiaram as nossas cidades e depois tentaram culpar a Ucrânia. Eles torturam e estupram pessoas – e depois as culpam. Eles trouxeram centenas de milhares dos seus terroristas para o território ucraniano e travam uma guerra contra nós, mas não se importam com o que acontece dentro de seu próprio país.